2009-12-31

Michael J. Fox - Um Otimista Incorrigível!


Este é o último post que escrevo em 2009 e queria encerrar o ano falando deste exemplo de garra, força, perseverança, fé e otimismo que é o ator canadense Michael J. Fox, 48 anos, há 19 portador do mal de Parkinson.

Li uma entrevista em que ele afirma que a doença foi um presente, já que graças a ela Michael tem conseguido fazer a diferença no mundo (ele criou a Fundação Michael J. Fox, que financia pesquisadores a descobrir a cura para o Parkinson e que neste ano arrecadou mais de US$ 20 milhões.) O ator (ele hoje faz algumas participações especiais em seriados americanos além de estar à frente da Fundação) esclarece que o momento mais difícil do dia é a hora em que acorda: "Levantar da cama é a parte mais difícil do meu dia. Descubro logo que acordo como vai ser todo o resto do meu dia. Se acordo tremendo muito, já posso dizer que vai demorar para me ajustar. Vou levando dia a dia. Ao tomar os remédios, os sintomas diminuem e me sinto bem. Mas tenho de aceitar que isso não é natural. A medicação me dá uma falsa realidade. Gosto disso, mas não é como meu cérebro trabalha. Penso que é o que me ajuda a levar a vida e a agradecer pelo que tenho".


Michael J. Fox acaba de escrever um livro "Um otimista incorrigível" - é o seu segundo livro. O primeiro, "Lucky Man" (Homem de Sorte) não foi lançado no Brasil. Ambos tratam de suas memórias. Não é incrível que um homem que tinha o mundo a seus pés(fama, sucesso, dinheiro, fãs) e de repente vê sua vida desmoronar ante a notícia de ser portador de uma doença degenerativa incurável, ainda encontre motivos para escrever dois livros com esses títulos? Michael J Fox justifica assim: "Os dois livros tratam de como sua vida pode mudar de repente. Essa virada pode ser boa, mesmo que seja assustadora. Pode te ajudar a crescer."

Esta última fala dele é a essência do que queria transmitir para vocês aqui - a vida muda quando a gente menos espera. Muitas vezes estas mudanças podem, num primeiro momento, parecer ruins, no entanto, acredito naquela frase que diz que "o tempo é o senhor da razão". É incrível como depois de um tempo a gente começa a ver que aquela mudança pode ter vindo para o bem - a gente começa a se sentir mais livre, com direito de reescrever nossa própria história, com uma série de oportunidades pela frente (mesmo que ainda não tenha descoberto quais são, elas existem) e, principalmente, com vontade de fazer tudo diferente e melhor - a gente passa a entender que quando se fecha para o que é novo, a vida vem e atropela tudo. Não devemos nos contentar com pouca coisa só por medo de mudar. A gente merece viver intensamente e ser feliz por inteiro. Assim, por mais assustadora que a situação se apresente, sempre há um lado novo e bom e é a este lado que devemos nos apegar. Ano novo, vida nova! Feliz 2010, gente!



E dia 05/01/2010 tem mais...

2009-12-30

Carpe Diem!


Hoje quero falar com vocês sobre uma matéria que li no The New York Times em 28/12! O título da matéria era "Carpe Diem? Quem sabe amanhã".

A primeira vez que ouvi esta expressão latina foi no filme "Sociedade dos Poetas Mortos", de 1989, com Robin Williams no papel principal como um professor meio subversivo num ambiente extremamente conservador e castrador de um colégio particular da elite americana - o filme é o máximo e vale a pena ser visto (meu filho de 16 anos assistiu outro dia no colégio e também se emocionou, comprovando que a história continua atual!).

Agora, voltando ao conteúdo da matéria, ele trata de uma recente descoberta dos cientistas e psicólogos: a tendência que os seres humanos têm de adiar alguns prazeres da vida - sabe aquele velho hábito de guardar a melhor louça para visitas especiais ou só abrir "aquela" garrafa de vinho (que já está guardada há um bom tempo, aliás) quando algo de extraordinário acontecer? Pois é isso aí - somos procrastinadores de prazeres (ou como descreve a matéria no idioma original "procrastinators of pleasure".
Nunca ouviu falar? Nem eu, mas parece que o fenômeno é bem mais comum do que parece - basta ver o quanto as companhias aéreas economizam anualmente com aqueles consumidores que deixam suas milhagens (trechos gratuitos) expirarem (eu mesma já perdi alguns milhares)!

Agora, os pesquisadores começaram a investigar que estranho impulso é este que faz com que a gente deixe para desfrutar amanhã aquilo que poderíamos aproveitar hoje - o que dizer do turista que vem a São Paulo e visita uma série de lugares incríveis que nós, moradores desta cidade, nunca "tivemos tempo" de conhecer (é uma vergonha, mas nunca estive na Pinacoteca do Estado, destino obrigatório de qualquer turista!).

Outra coisa importante: esta procrastinação de prazeres pode se tornar um ciclo vicioso. Isso acontece quando você passa a acreditar que o "Nirvana" está por vir e que, portanto todos os prazeres devem ser desfrutados quano ele chegar (quanto mais trempo vc demorar para abrir aquela garrafa de vinho, mais especial a ocasião terá que ser!

De acordo com os pesquisadores, as pessoas que têm o hábito de não aproveitar os benefícios que recebem, não o fazem porque imaginam que no futuro vão se culpar se uma oportunidade melhor aparecer e o tal prazer não estiver mais a disposição por ter sido desfrutado numa ocasião qualquer. Estas pessoas nunca imaginam o contrário - que hoje têm saúde para aproveitar o benefício que ganharam ou que, se jogarem no fundo de uma gaveta na expectativa de aproveitar tudo no futuro, podem acabar se esquecendo e perdendo o direito a ele (as tais milhagens!).

Prá terminar, o jornalista ainda lembra de outro filme incrível, "Sideways" (2004), cuja história gira em torno de vinhedos e vinhos (uma delícia!). Em determinado momento do filme a personagem Maya (Virginia Madsen) aconselha Miles (Paul Giamatti) a abrir uma garrafa de vinho Cheval Blanc 61 (1200 euros!) que estava guardando apaixonadamente e por tanto tempo que havia o risco de o vinho azedar! Quando Miles se justifica dizendo que estava esperando por uma ocasião especial, sua amiga Maya dá a devida perspectiva ao tema: “O dia em que você abrir uma garrafa de Cheval Blanc 61, este será um grande dia, uma ocasião especial.”

Por isso gente, neste final de ano, que tal tomarmos um resolução de ano novo e, na medida do possível, não deixar nada para amanhã - Carpe Diem!

E amanhã tem mais...

2009-12-29

Mais perfumes...Não consigo resistir!



Ainda sobre o mesmo tema de ontem, o poder de uma fragrância reside na sua capacidade de influenciar o processo de tomada de decisão do consumidor, persuadindo-o (a) a escolher um produto ou outro.



A Nike fez uma experiência e montou duas lojas idênticas (com os mesmos produtos), uma ao lado da outra. A diferença é que em uma delas foi usado um aerosol comum, destes que perfumam o ambiente, enquanto na outra loja foi utilizada uma fragrância especial,desenvolvida para uma loja de calçados - um perfume a base de florais. No final da experiência, percebeu-se que na sala especialmente perfumada 84% dos consumidores não só demonstraram mais propensão a comprar os tênis como também concordaram com um preço maior do que aqueles praticados na sala com perfume comum. Incrível, né? Isso explica também esta tendência de algumas lojas desenvolverem seu "cheiro próprio" - alguém já foi à Le Lis Blanc? Esta loja de roupas tem um perfume (muito bom) característico - eles até vendem um aromatizador com a mesma fragrância para a sua casa. Quem passeia pelo shopping sabe do que estou falando – às vezes percebemos que uma loja está perto por causa do cheirinho no corredor. “As lojas querem criar uma imagem olfativa para se diferenciar e para criar uma identificação com o consumidor”, explica a aromacóloga (o termo designa um especialista em aromatização de ambientes) Marisa Schahin. Segundo ela, um cheiro próprio equivale a um logotipo.
"Antes de comercializar o produto existe um processo, o cliente tem que associar o cheiro à loja, gostar e então querer comprar”, conta Marisa.

E o que falar da indústria de perfumaria fina? Dificilmente (acho que nunca) a gente vê uma propaganda de perfumes que enfatize a combinação de ingredientes que resultará naquela fragrância (algo como "Channel, uma combinação de notas amadeiradas e florais") - afinal, o que esta indústria vende é o sonho! Veja o cartaz da Lancôme - nenhuma palavra sobre o aroma, mas uma imagem que sim,vale por mil palavras.

Para encerrar, convém lembrar que o papel do perfume é construir relevância emocional e sua importância num produto não pode jamais ser subestimada. Os aromas são instantaneamente associados às nossas emoções, humor, memória e afetam (muitas vezes sem que a gente perceba) nossa decisão de compra
Hoje, não basta que o cheiro de um produto seja agradável - ele tem que encantar, diferenciar e transmitir as premissas e promessas de uma marca: mais eficiência, limpeza, cudado, nutrição, hidratação, dependendo do produto em questão!

É isso.
E amanhã tem mais!

2009-12-28

Perfumes


Hoje queria voltar a falar sobre os perfumes e o (importantíssimo) papel que eles exercem na composição de um produto!

Vamos começar relembrando alguns fatos curiosos sobre a história dos perfumes:

Queimar ervas e flores era uma maneira de invocar os Deuses: – “per fumum”

Religião: todas as religiões usam as fragrâncias como uma forma de purificação e de comunicação entre os homens e Deus. Hoje a Igreja perpetua esta tradição com o uso do incenso


Sedução: Cleópatra eternizou a arte da perfumaria… Ela seduziu Marco Antonio e Julio Cesar usando um perfume feito dos óleos das flores de henna, menta e açafrão





Saúde: Só no final do século 18 é que os perfumes deixam de ser considerados remédios (aromaterapia)


Nós somos comandados pela emoção, assim antes de entender qualquer coisa, a gente primeiro sente (tato, perfume, visão, som). Quando abrimos uma embalagem e sentimos um cheiro de pinho, mesmo sem saber para que serve o tal produto, a gente já começa a classificá-lo de acordo com seu cheiro (limpeza), cor (verde, limpeza, adstringência), textura, etc. Repito: antes de entender, a gente sente!

De todos os sentidos, o olfato é aquele que exerce o maior impacto em nossas emoções(lembram-se da história dos cookies em "Que cheiro é esse?", texto escrito em 01/12/2009?). Vejam diagrama abaixo e tirem suas próprias conclusões (pensem em como somos induzido a acreditar que um produto é pior ou melhor simplesmente por conta de sua fragrância)


Você sabia que se você estiver de olhos fechados e alguém te der uma cebola que tenha sido "tratada" com uma fragrância de maçã você vai acreditar que está comendo uma maçã? Neste caso, nem a textura nem o paladar vão te ajudar. Sem o auxílio óbvio da visão, o que irá prevalecer é o cheiro de maçã, que a despeito de todas as outras evidências, vai te convencer de que está realmente comendo o fruto proibido (ou aquele da Branca de Neve).


É isso.
E amanhã tem mais, também sobre perfumes...

2009-12-24

Lições

Fonte: It's not how good you are, it's how good you want to be, de Paul Arden

Hoje quero falar sobre esse livro que li há algum tempo e que me ensinou muitas coisas.Vou relacionar aqui algumas lições que aprendi e que queria dividir com vocês nesta véspera de Natal:

1) A pessoa que não comete erros é aquela que nunca comete nada, nunca faz nada.

- "Eu nunca falhei, eu apenas tive 10.000 idéias que não deram certo", Benjamin Franklin
- "A cada lâmpada que não funcionava eu aprendia alguma coisa para melhorar a próxima tentativa. Foram mais de 200 lâmpadas..." Thomas Edison
- "Não há maior sinal de insanidade do que fazer sempre a mesma coisa e esperar alcançar resultados diferentes", Albert Einstein


2)Tenha uma visão clara do que você quer ser, de onde quer estar no futuro. O primeiro passo é definir como você quer que as pessoas te percebam. Abaixo você vai ver 2 colunas: a da esquerda e a da direita refletem a mesma pessoa, só que enquanto a primeira mostra a pessoa como ela é, a segunda é mais ambiciosa, mais marketeira e mostra como a pessoa quer ser vista pelos outros:



3) Pérolas de sabedoria:
- "É melhor falhar com originalidade do que ter sucesso com imitações", Herman Melville
- "Sucesso é prosseguir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo", Winston Churchill
- "Se o destino vale a pena certamente não há atalhos para se chegar lá mais rápido. O caminho é longo", Beverly Sills
- "Aqueles que não tem coragem sempre vão encontrar uma filosofia qualquer que justifique suas atitudes", Albert Camus
- "O que a mente consegue imaginar, a mente consegue criar", Clement Stone
- "Se tudo está sob controle é porque você está vivendo muito devagar", Mario Andretti
- "Não vemos as coisas como elas são. Nós as vemos como nós somos.", Anais Nin

É isso gente. Espero que sirva para inspirar a todos neste final de ano!
Bom Natal pra todo mundo, e volto no dia 26.

2009-12-23

Organizando uma festa de casamento!



Estive lendo uma matéria sobre quanto custa uma festa de casamento! O tema era muito interessante porque falava de casamentos milionários e das (inacreditáveis) cifras envolvidas. Fiquei pensando em como a gente se comporta quando passa por esta fase e se há alguma coisa parecida na maneira como ricos, remediados, pobres decidem sobre os detalhes da festa.
A cerimônia mais barata que existe é aquela do casamento coletivo - vira e mexe a gente houve falar destas festas enormes. Muito bom e permite que muita gente que não tinha condições de oficializar a união finalmente consiga dizer o "sim" na frente de testemunhas, juiz e muitas vezes até alguma autoridade religiosa. Adoro estas celebrações! Uma das cerimônias mais sofisticadas das quais tivemos notícia aqui no Brasil foi o casamento de Doda e Athina Onassis - casamento cercado de sigilo, contratos de confidencialidade e muita curiosidade de nossa parte, público mortal. Assim, a única foto que consegui achar foi esta, meio roubada...
Examinando tudo de perto (e já tendo passado por isto eu mesma), cheguei a algumas conclusões:
1) o casal e a família toda ficam emocionalmente vulneráveis
2) é como se você tivesse uma "licença para gastar" - aliada a uma disposição para gastar!
3) todo mundo acredita que só vai fazer uma festa de casamento na vida e que portanto só o melhor satisfaz (dentro de sua realidade e até um pouquinho acima)
4) o que diferencia um casamento "Onassis" de uma casamento "normal"? A exclusividade, as marcas envolvidas, o exibicionismo, a indulgência, o diferencial...

Vamos examinar algumas destas diferenças:

1) exclusividade: o local da festa. Para a maioria dos casais R$ 15.000 são suficientes para alugar o local da recepção (só o aluguel do espaço). Athina Onassis se casou na Fundação Maria Luiza e Oscar Americano, um museu lindíssimo que nunca tinha sido alugado para um evento assim. Preço: R$ 100.000!!

2) Exibicionismo: o convite! Em casamentos "normais" os convites são de papel, podem ter diversas cores (já recebi um convite de casamento laranja!!) - existem opções das mais tradicionais às mais modernas. No caso de Athina, o convite era um cartão magnético, com foto do convidado, a fim de garantir a segurança e a privacidade de convidados e noivos. O bolo é outro item que dá o que falar! Um bolo de casamento decorado custa em média R$ 120 o kilo. Os bolos de casamentos estrelados saem por R$ 2500 o kilo!

3) Marcas: o que servir. Uma garrafa de vinho chileno custa cerca de R$ 40 e uma garrafa de proseco, R$ 80. Num casamento caríssimo (acho que foi da família Safra), foram servidas garrafas de champagne frances (ou francesa? nunca sei...) de R$ 400cada, vinhos a R$ 460 a garrafa, e caviar de R$4000 a latinha. Caro né?

4) o diferencial: um DJ cobra R$ 4000 para embalar sua festa. Ivete Sangalo fez show privé no casamento dos Safra pelo módico cachê de R$ 300.000

A fragilidade emocional em que se encontram os noivos faz com que este seja um segmento muito particular, comparável apenas com a primeira gravidez. Uma cerimônia de casamento é um ritual tradicional que pode ser diferenciado pela sofisticação dos noivos e quase nunca pela originalidade da festa. Numa festa de casamento sempre há os convites, a festa, o vestido, o bolo, a decoração, as flores e os convidados. A diferença está no nivel de refinamento bem como na complexidade destes elementos. Em outras palavras, quando se trata de uma festa de casamento, o céu é o limite, o que varia é apenas o quão alto é o seu céu!



É isso aí! E amanhã tem mais...

2009-12-22

Como pequenas coisas podem fazer uma grande diferença


Fonte: The Tipping Point, de Malcolm Gladwell

Como surge uma moda? Como as tendências acontecem? Por que de um dia para o outro começam a aparecer dezenas (depois centenas, milhares, milhões) de pessoas usando uma pulseirinha colorida de borracha em benefício de uma causa qualquer? Quem não se lembra dos braceletes amarelos da Fundação Lance Arsmtrong, o ciclista? E depois dele, pulseirinhas da Nike, do combate ao Câncer de Mama e de um monte de outras fundações! A coisa começa pequena e depois se espalha por toda a cidade, todo país, o planeta...
A melhor maneira de compreender o surgimento das tendências, dos fenômenos de popularidade, da transformação de livros desconhecidos em best-sellers, da propaganda boca a boca ou de qualquer outra mudança misteriosa, é pensar em todas elas como epidemias. Idéias, produtos, mensagens e comportamentos se espalham como vírus. E os novos modismos podem surgir a partir de pequenos acontecimentos - ex.: os calçados Hush Puppies (marca tradicional americana, completamente fora de moda por volta de 1994), voltaram a ser considerados "fashion" depois que foram vistos nos pés de alguns frequentadores de clubes noturnos e bares do centro de Manhattan. Era apenas um nicho(bem nicho) da população que resolveu resgatar esses sapatos, que já não se encontravam mais em loja alguma. Esta parcela de habitantes de Nova York começou a garimpar os brechós em busca dos tais Hush Puppies. A marca tinha praticamente desaparecido do mercado e sua fabricante (Wolverine) já pensava em interromper completamente sua produção, que estava naquele momento na irrisória casa dos 30 mil pares/ano - concentrada em lojinhas do interior do país.

No entanto, aquelas pessoas, consideradas modernas e formadoras de opinião começaram a usar os Hush Puppies e a ser vistas com os mocassins, andando pelos lugares descolados de Manhattan. A empresa não teve nada a ver com aquilo e não gastou um centavo com propaganda - o fenômeno foi espontâneo! No ano seguinte a febre começou a se espalhar: estilistas começaram a telefonar para a fábrica em busca dos sapatos que seriam usados por modelos nos desfiles de moda. A tendência ainda estava restrita ao "mundinho fashion", mas pronta para cair no gosto popular. Resultado: em 1995 a Wolverine vendeu 430 mil pares do modelo clássico e, no ano seguinte, 4 vezes mais, até os sapatos voltarem a ser uma peça básica no guarda-roupa do jovem americano.

Assim, essas tendências, estes modismos surgem como uma epidemia. Mas há mais coisas além de moda que são tão contagiosas como um vírus. Quer um exemplo? O bocejo!!! Bocejar é um ato forte. Boa parte dos leitores do blog estará bocejando daqui a pouco somente por ter lido a palavra "bocejo" e "bocejar". Até eu, enquanto escrevo já bocejei...Se você estiver perto de outras pessoas que o virem bocejar, é provável que mais gente comece a abrir a boca também! É assim, um círculo interminável! O bocejo é muito contagiante!

E agora, se você bocejou ao ler este texto, será que passou pela sua cabeça, mesmo que muito rapidamente, que você pode estar cansado? Acho que isso aconteceu com uma parte dos leitores, o que significa que bocejos podem, ainda, ser emocionalmente contagiantes! O simples fato de escrever a palavra torna possível incutir um pensamento em sua cabeça. Já imaginou como somos vulneráveis e suscetíveis a todo o tipo de sugestão?

É isso.
E amanhã tem mais!

2009-12-21

Nós contribuintes e consumidores!



Adoro o Natal!

Gosto de tudo – das luzes, do clima frenético (na verdade deveríamos estar zen e contemplativos, mas não é assim!), gosto de comprar presentes, de imaginar o que vamos comer na ceia, de decorar minha casa com muito pisca-pisca e de montar minha árvore linda! E o que falar da cidade e sua decoração natalina? Um encanto...


Pois bem, seguindo este clima, embarquei na quinta-feira passada (17/12) num “tour natalino” com meus pais, alguns amigos e o Dudu, meu filho de 7 anos. A idéia era visitar os faiscantes pontos da cidade nesta época – av. Paulista, rua Normandia, o centro da cidade, o colégio Arquidiocesano, enfim todas aquelas atrações natalinas que são feitas com tanto capricho! Assim, alugamos um microônibus e às 19h30 partimos rumo à terra de Santa Claus!


Queria poder contar aqui que o passeio foi incrível, que vimos tudo o que queríamos e que a cidade está maravilhosa, mas isso seria apenas uma meia verdade. Qual a parte verdadeira desta história? Pois bem, o passeio foi bem legal mesmo porque as pessoas presentes eram muito divertidas! A cidade está sim mais bonita, no entanto, continua sendo São Paulo, com todos os seus problemas (que fazem com que o mais persistente cidadão desista de seu passeio).



Começamos a viagem indo ao Ibirapuera para assistir ao show de luzes e águas dançantes que a prefeitura oferece a nós paulistanos e turistas. Acontece que chovia, acontece que eram 19h30, acontece que o trânsito era trânsito de São Paulo, das 19h30, com chuva, às vésperas do Natal...Não precisa dizer mais nada né? Chegamos às margens do lago do parque às 20h15, debaixo de chuva forte. Nosso ônibus parou rapidamente para que a gente pudesse desembarcar e seguiu para os tais “bolsões” onde era permitido estacionar. Nós seguimos a pé, em meio a um mar de chuva, lama e guarda-chuvas até o ponto em que aconteceria o show. Chegamos lá já bastante molhados e constatamos que não havia um lugar apropriado para ficar e apreciar as luzes dançantes adequadamente. As pessoas tinham que pular as pequenas plantas do canteiro e pisar no gramado lamacento, todas se acotovelando, tentanto achar um lugar menos deslizante e com alguma visão do local. Conseguimos um lugar ao sol (ou melhor, um lugar na chuva) com uma visão lateral do espetáculo. E chovia, e ventava, e mesmo sendo o mês de dezembro estávamos todos tremendo de frio e ensopados, aguardando o tão propagado show de luzes e águas. Ainda faltavem 15 minutos para o início e meu filho já estava com os lábios roxos. A chuva tinha começado a cair inclemente e o vento fazia com que ela nos atingisse de frente, deixando nossos rostos molhados ( os óculos, que não têm limpadores de para-brisas ficavam todos respingados, trazendo uma complicação a mais). A multidão perguntava a toda hora "que horas são?" "quanto falta para começar?" - todo mundo grudado um no outro, guardachuvas unidos formando um toldo cheio de goteiras. Finalmente começa o anúncio dos patrocinadores e dá-se início a uma sucessão de músicas, luzes e jatos d'água. Tudo muito bonito mesmo, sendo minha parte preferida as luzes das árvores do parque que foram acesas e criaram um novo "skyline" do Ibirapuera. Lindo! Lindo, mas sem nenhuma estrutura para receber o público - nada, nada, mesmo que não chovesse. Tudo um improviso, o que faz com que boa parte do espetáculo e do passeio seja perdido - a falta de um mínimo de conforto põe tudo a perder.



Bom, saímos de lá, ávidos por entrar no ônibus e continuar nossa jornada, agora quentinhos e secos (e já com uma fominha querendo despertar em nossos estômagos...)

Próxima parada: colégio Arquidiocesano - lindo, lindo, lindo! Muitas luzes, muitos enfeites, o prédio transpira Natal (não saimos do ônibus)! Veja abaixo:



A estas alturas, já eram 21h30, porque demoramos 30 minutos para chegar lá - novamente a chuva e o trânsito, sempre ele, este vilão que nos obriga a rever todos os nossos planos!

Depois do colégio, toca para a av. Paulista - queríamos fazer o roteiro dos economistas e empresários e conferir a decoração de Natal de bancos e da Fiesp. Fomos e não nos arrependemos, tudo muito especial, brilhante, colorido e caprichado. Na realidade, um mais bonito do que o outro!



Por fim, depois de 3 horas, sendo boa parte destas horas dentro de um ônibus parado, impedido de prosseguir devido ao excesso de carros, desistimos de fazer o circuito completo, que nos levaria até o centro da cidade - o caos reinava nas ruas de São Paulo!

Rumamos então de volta ao Brooklin, nosso ponto de partida e encerramos a noite (que apesar de tudo foi muito gostosa) confortando nossas almas com várias pizzas bem quentinhas.



Finalmente, queria justificar esta narrativa dizendo que é uma pena que uma cidade como a nossa que, reconheço, muitas vezes se esforça para nos oferecer atrações de boa qualidade, por outro lado não se preocupa com o outro aspecto do passeio - a infra-estrutura. Para podermos aproveitar o que a cidade tem para mostrar, é preciso que a gente seja tratado com respeito, que o trânsito melhore (muito, muito), que uma chuva (que não foi uma tempestade) não seja suficiente para arruinar nossas ruas e que os órgãos competentes entendam que São Paulo é uma cidade gigante e sedenta por cultura e entretenimento, assim qualquer coisa que apareça por aqui lota! Sim, é preciso prever que muitas pessoas vão comparecer e que a multidão vem de carro, de ôninus, a pé, de táxi, e que todo mundo tem que ser bem recebido, senão não volta no ano que vem!

É isso. E amanhã tem mais!

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PS - Querida Olívia, na sexta-feira tive que sair cedinho de casa e só voltei no final da tarde, por isso o blog foi autualizado depois das 18h. Adorei saber que vc está viciada em ler estes textos pela manhã e que estranhou a falta de histórias novas! Prometo ser mais disciplinada com o horário,ok? Bj, Claudia

2009-12-18

Lovemarks

Fonte: Lovemarks, livro de Kevin Roberts, CEO Worldwide, SAATCH & SAATCHI


Hoje quero falar sobre um livro que já li e reli várias vezes e que ainda sim fica na minha "mesa dos livros privilegiados" - é uma mesa aqui de casa que guarda uns 10 livros que adoro, dos mais diversos assuntos, e que costumo consultar com frequencia. Este livro, Lovemarks, fala sobre as marcas que moram no nosso coração e como elas conseguiram conquistar nosso afeto.

O grande segredo, de acordo com o livro, é estabelecer uma conexão emocional conosco, pobres compradores!

Vou copiar aqui um trecho do livro que acho bastante inspirador:



"As pessoas, em qualquer parte do mundo, querem emoção"

"Nos meus 35 anos no ramo eu sempre confiei em minhas emoções. Eu sempre acreditei que, através da emoção, é possível contratar as melhores pessoas para trabalhar com você, os melhores clientes para te inspirar, os melhores sócios e companheiros e os mais devotos compradores.

Nos últimos 10 anos o tema "emoção" tem dominado todas as listas de best-sellers. Vá até a Amazon.com, procure por estes títulos e vocês verão o que eu quero dizer: Arte e Emoção; Corpo e Emoção; Cultura e Emoção; Razão e Emoção; Emoção e Espírito; Emoção e Foco; Emoção e Religião; Emoção e Insanidade; Emoção nas Organizações, a tão falada Inteligência Emocional e muitos, muitos outros títulos (até Vampiro de Emoções!)

A emoção se tornou um assunto legítimo de pesquisas sérias."



Agora um "case" relacionado ao assunto, relatado no livro:

"Pai e Filho (Father and Son)

O cantor Cat Stevens foi um grande sucesso dos anos 70, até se converter ao Islamismo em 1977, mudar seu nome para Yusuf Islam e abandonar o show business. Desde então ele tem se dedicado à caridade, apoio à educação e à religião. Assim, não é de se surpreender que ele não queira se associar a muitas de suas músicas, principalmente aquelas que falam de um estilo de vida bem distinto daquele adotado pelo cantor.

Quando os criativos (aqueles que geram as histórias a que assistimos nas propagandas) da agência SAATCHI & SAATCHI manifestaram o desejo de usar uma música do Cat Stevens em uma propaganda, a primeira reação de todos foi "esqueçam. pensem em outra música". O problema é que a música "Father and Son" era perfeita para a idéia que eles tinham em mente (vejam a música no youtube http://www.youtube.com/watch?v=UT9C8GvdJPQ). O pessoal não queria apenas a música como tema de fundo - a música era a própria história: um retrato(bastante emocional) de uma relação das mais especiais: pai e filho crescendo juntos desde o nascimento até a morte. O cliente era a Telecom Nova Zelândia.

A questão "Cat Stevens" poderia representar o final da história, mas a agência considerou aquilo um desafio pessoal - para esta agência "nada, nada é impossível!", mesmo sabendo que ele jamais havia concedido uma permissão dessas. Assim, o time da agência começou a rascunhar um pedido apaixonado para o cantor. Finalmente, com a carta pronta, eles enviaram aquela súplica para Cat Stevens/Yusuf Islam e esperaram. Semanas depois, quando o time já não esperava sequer receber uma resposta, eles escutaram o barulhinho do fax...era de Yusuf! Ele escreveu apenas uma palavra no fax: YES!

Yussuf estava respondendo aquele pedido depois te ter lido a história do comercial e as imagens pensadas para ele - tudo muito emocionante e lindo! Aquilo tudo tocou seu coração. A história tem uma profunda conexão emocional com qualquer pessoa que assista ao filme, em qualquer parte do mundo. Não foi diferente com Cat Stevens/Yusuf Islam.

Um mês depois de a campanha da Telecom Nova Zelândia começar a ser veiculada (com imenso sucesso), o album "Greatest Hits" de Cat Stevens pulou para a lista dos 10 CDs mais vendidos no país.



Vejam o filme também no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=YtU0S1rG2fM

É isso gente, emoção convence, satisfaz, comove, nos leva às lagrimas ou às gargalhadas, emoção vende, vende, vende!

Quais são as propagandas mais emocionantes da sua vida?

É isso, e segunda-feira tem mais!

2009-12-17

Disneyworld: The Happiest Place on Earth!



Hoje quero falar sobre o lugar que mais adoro em todo o mundo - a Disney! Já estive lá várias vezes e sempre, sempre me surpreendo com a mágica, o encantamento, o sonho que é atravessar aquele portal roxo, com o Mickey dizendo "Welcome"!

Adoro tudo lá - e mesmo sob o ponto de vista de propaganda, posso falar, sem medo de errar, que a Disney é a maior escola de marketing do mundo! Ainda vou falar muito sobre a filosofia Disney porque já li (e continuo lendo) muita coisa sobre o este mundo encantado!

Neste primeiro texto, vou contar algumas curiosidades sobre esta potência:


1) Tudo dentro da Disney é uma ilusão: o lugar é mais bonito, mais limpo, mais seguro e mais divertido do que o mundo real! Foi o gênio Walt Disney o primeiro a reconhecer que não são só as crianças que querem “escapar” da realidade – os adultos também querem embarcar nesta “viagem ao mundo da fantasia”. E assim como em qualquer show de mágica, você precisa acreditar na ilusão, caso contrário, tudo perde a graça! Já imaginou o que seria encontrar a Cinderela com os sapatos sujos? Você "acorda do sonho" na mesma hora! Desta maneira, não é de se estranhar que tantas pessoas acreditem que a marca Disney seja sinônimo de uma cultura idealizada na qual todos os sonhos podem se realizar!



Uma vez pergutaram a um executivo da Disney como eles conseguiam manter os parques tão imaculadamente limpos. Qual o número de funcionários encarregados da limpeza? A resposta: 45 mil faxineiros! Diante da surpresa de todos (45 mil!?!), o executivo disse que todos os funcionários da Disney - do porteiro ao CEO - todos são responsáveis pela limpeza do parque! Assim, não é raro encontrar um engravatado executivo dentro do parque se abaixando e pegando um papel esquecido no chão! Essa é parte da filosofia Disney - tudo tem que estar perfeito, para que você acredite no sonho, na ilusão!


2) O início, em 1928, com o primeiro desenho do Mickey: Steamboat Willie.



Devido à imaginação incansável de Disney, sua obsessão pela qualidade e seu total desinteresse por balanços comerciais, a Disney nunca esteve em situação financeira confortável até 1937 com o lançamento de Branca de Neve

3) A primeira loucura: Branca de Neve e os Sete Anões!

- O custo (inédito e tido como absurdo) - US$ 1.500.00,00.
- A estréia aconteceu em Dezembro de 1937, com 4000 convidados na platéia.
- Foi a primeira animação em longa-metragem.
- A Branca de Neve e os Sete Anões estavam presentes na estréia, recebendo os convidados!
- no lobby do cinema construiram uma réplica de uma mina de diamantes em tamanho quase natural
- foi considerada pela crítica da época como “a mais extraordinária estréia da história do cinema!
- Foi indicado pela Academia de Cinema ao Oscar de melhor música
- ganhou um Oscar "honorário"



4) A era de ouro dos estúdios Disney: 1940-1960



Após 1966, com a morte de Walt Disney, o brilho e as cores das animações Disney começa a "desbotar"...

É isso. Outro dia conto o desenrolar desta história que, como toda boa história Disney, tem um final feliz

E amanhã tem mais...