2010-03-23

Se toca!



Hoje quero falar sobre um dos nossos 5 sentidos - quero falar sobre o tato. Primeiramente vale lembrar que enquanto  a visão, a audição, o olfato e o paladar estão localizados em áreas específicas de nosso corpo, o tato está em todo lugar, está no maior orgão do corpo humano - a pele.

Já falamos brevemente sobre este assunto aqui, em dezembro do ano passado (Toque Mágico), mas queria voltar ao tópico, desta vez sob um outro ângulo: o poder do toque como linguagem.

Comecemos com a comunicação não verbal, aquela que não depende do idioma e que muitas vezes é entendida em qualquer parte do mundo: um olhar hostil ou um sorriso aberto têm o mesmo significado no Brasil, no Senegal, na Austrália ou no Paraguai.


Cientistas dedicados ao assunto afirmam que pequenos contato físicos - uma mão no ombro, um "high five" (mão espalmada batendo na mão de outra pessoa a fim de transmitir animação) igual ao de Michelle Obama aí em cima podem comunicar, mais rapidamente, uma gama de emoções maior do que as palavras.

Nas palavras do professor de psicologia da Universidade da Califórnia, Dacher Keltner, "o toque é a primeira linguagem que aprendemos e,ao longo da vida, se mantém como nosso modo de expressão emocional mais fértil".

Estudos revelam que alunos que recebem um toque de apoio de um professor nas costas e ou nos braços manifestam quase duas vezes mais probabilidade de colaborarem voluntariamente em sala de aula. Um toque de conforto de um médico deixa os pacientes com a impressão de que a consulta levou o dobro de tempo (mais dedicação) em comparação com as estimativas de pessoas que não foram tocadas.

Finaliza o psicólogo e professor Matthew Hertenstein: "antigamente pensávamos que o toque apenas intensificava as emoções comunicadas de outra maneira. Mas agora está claro que o toque é "muito mais que sistema diferenciado de sinalização que havíamos imaginado".

É isso gente.
Abrace quem você gosta!
E amanhã tem mais...

2010-03-22

2ª feira é dia de fazer o bem - a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte...


Hoje, seguindo a tradição há pouco iniciada, vamos falar, como em todas as segundas-feiras, sobre ações sociais. Mais uma vez digo que é a melhor maneira de se começar a semana: sabendo que nossa espécie é generosa e que há muita gente espalhando o bem por aí...

Agora, vamos ao post de hoje. Claro que a gente sabe que acabar com a fome, a miséria, a falta de escolas e de atendimento médico é prioridade em nosso país. Mas, eu queria falar aqui sobre um outro tipo de carência da qual nosso povo sofre: a falta de estímulos culturais. Afinal, como já diziam os Titãs lá em 1987, “a gente quer comida, diversão e arte”.

Não me refiro aqui às políticas ridículas do governo que obrigam organizadores de shows, produtores de teatro e salas de cinema a cobrarem apenas meia entrada de estudantes (e também de todo aquele exército de falsos estudantes – é o fim, né?). Sei que minha posição não é simpática, mas considero que aquele que estuda no Brasil já é um privilegiado, não necessitando assim de mais uma facilidade. Preferia mil vezes que a empregada doméstica que trabalha na minha casa pudesse ter acesso aos ingressos pagando 50% de seu valor. Ela sim, precisa de benefícios...Mas não é assim que acontece.

Pensando no assunto, resolvi pesquisar aquele tipo de ação social que leva cultura a todos os cantos do país: cinema, biblioteca, cultura itinerante...

O projeto “Cine Tela Brasil – O cinema veio até você” é um dos que espalha a alegria de ir ao cinema à população carente deste país.



Esta iniciativa foi idealizada pelos cineastas Lais Bodanzky e Luiz Bolognese e hoje recebe patrocínio da Telefônica e da concessionária de rodovias CCR. O Cine Tela Brasil já tem 13 anos e sabe como funciona? Eles mudam de cidade a cada semana e permanecem 3 dias em cada praça, sempre na periferia. São realizadas quatro sessões diárias, sendo duas para adultos e duas infantis.

De acordo com o website do projeto os filmes exibidos atualmente são “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, o excelente “A Era do Gelo 3”, “Se eu Fosse Você 2” e “O Menino da Porteira”. É para aplaudir de pé, vocês não acham? Este pessoal leva o cinema à população que não tem acesso às salas convencionais. Segundo o IBGE, inacreditáveis 92% das cidades brasileiras não contam com nenhuma sala de cinema e naquelas onde há cinema o preço dos ingressos afugenta a maior parte do público.

Assim é o "Cine Tela Brasil", uma tenda e uma tela itinerantes e duas pessoas que querem (e fazem algo para) mudar o país.

Mas não é só o cinema que quer ir onde o povo está, as bibliotecas itinerantes também marcam presença, alcançando os rincões brasileiros e despertando a paixão pela leitura naqueles que dificilmente conseguiriam por as mãos em um livro (só naquelas cartilhas modorrentas da escola).

Dados da Câmara Brasileira do Livro do ano de 2006 mostram que somente 10% da população brasileira le entre um e dois livros por ano. A média do País está na marca de 1,8 livros lidos, ao ano, por habitante enquanto na França, por exemplo, esse número salta para sete. É muito pouco, né? Mas, por outro lado, explica muita coisa...

Diferentemente do cinema, há vários projetos de biblioteca itinerante no Brasil. Um deles é o “Leia Brasil” ,uma ONG que conta com o apoio de estatais e empresas privadas, e que dispõe de sete veículos. Os caminhões chegam a transportar 10 mil livros cada um por quase 500 escolas nas regiões Sudeste e Nordeste.

Outra biblioteca sobre rodas é a BiblioSesc, uma parceria da Prefeitura de Teresina com o Serviço Social do Comércio (SESC), para o atendimento em escolas municipais. Os números do BiblioSesc apontam o sucesso do projeto. Em 2008, o caminhão biblioteca visitou 20 escolas municipais, totalizando o atendimento a 43.769 pessoas, entre alunos, professores e funcionários das escolas visitadas e membros da comunidade.

E sabe o que é o mais legal? É que estas iniciativas não estão contribuindo “apenas” para a formação de novos leitores e de um público mais crítico. Já se sabe que quando os alunos passam a freqüentar bibliotecas e cinemas, a família inteira adota o novo (e prazeroso) hábito, criando uma participação maior dos pais na vida de seus filhos, aumentando assim a integração entre os membros da família.

É isso, gente.
E amanhã tem mais...

2010-03-19

No último post da semana e também o último da série "Pró Logo", o Consumidor



"O consumidor é a pessoa para quem todos os especialistas de uma marca direcionam suas iniciativas. Mas também é um elemento imprevisível, capaz de entusiasmo, forte rejeição ou indiferença" - é assim que os autores Michel Chevalier e Gérald Mazzalovo definem o indivíduo comprador.

Gosto da definição, especialmente da parte que diz que consumidores são imprevisíveis - gosto porque é isso que traz encantamento à profissão de marketeiro. A gente nunca sabe como a massa consumidora vai reagir. Em certo sentido, por mais que a gente se cerque de números, testes, estudos, é sempre uma aposta!

Às vezes, sem ninguém entender bem porque, alguma coisa vira um sucesso (se bem que cada vez menos isso acontece - há sempre uma campanha de marketing orquestrada para garantir o êxito de uma determinada marca, mesmo quando tudo parece ao acaso), já em outras ocasiões a gente vê marcas se esforçando tanto para agradar que aí a mágica não acontece mesmo...

Mas quem está por trás dos resultados favoráveis ou não, quem dá a última palavra, são sempre os consumidores - eles têm o poder (alguns mais outros menos)!

Vejamos o caso da Coca-Cola que, em 1985, decidiu criar uma nova fórmula para seu principal produto. A companhia havia observado em testes que os consumidores preferiam a Pespi à Coca. Assim, a empresa desenvolveu uma nova "receita" para a bebida mais famosa do mundo e começou a substituir seus refrigerantes nas prateleiras dos supermercados pela New Coke (cá entre nós é muita audácia, não é?). Inúmeros testes e pesquisas com consumidores provavam a excelência da nova fórmula e garantiam sucesso da iniciativa - eu não queria ser a diretora de marketing nem a gerente de pesquisa da marca nesta época!

Só que aí vem o imprevisível: os consumidores são os donos do jogo e podem impor sua vontade!!

Continuando, este episódio resultou no maior fracasso da Coca-Cola em um século de existência. As emoções dos consumidores atingiram proporções inimagináveis. A empresa recebeu milhares de cartas indignadas clamando o orgulho patriótico e afirmando que a identidade americana estava ameaçada (a gente sabe que os americanos são um pouco exagerados...). Um grande volume de New Coke foi despejado em frente à sede da companhia por consumidores revoltados e desaforados! O furor e o clamor das ruas foi de tal ordem que, em menos de três meses depois do lançamento do fiasco New Coke a companhia desistiu da estratégia e tudo voltou a ser como era antes - nome antigo (apenas Coke) e fórmula tradicional. A Coca-Cola teve pelo menos a satisfação de descobrir uma imagem de marca com a qual nem o marketeiro mais megalomaníaco poderia sonhar: a marca era uma instituçião americana e, portanto intocável! Quem não quer isso para a sua marca?

Vamos nos lembrar também de outro caso envolvendo o poder do consumidor, que são os episódios ocorridos com a Gap e a Nike: ambas as empresas apresentavam péssimas condições de trabalho e mão de obra (bem) infantil (em fábricas fora dos Estados Unidos, claro). Ativistas organizaram protestos e boicotes e obrigaram estas marcas a rever sua política de contratação de serviços. Claro que nada disso aconteceu pela repentina consciência da Nike e da Gap: foi apenas resultado de pressão dos compradores e pavor de que o escândalo respingasse na imagem das marcas (o que de certa maneira acabou acontecendo, mas sem grandes consequências). O mesmo vale para organizações que estão adotando um discurso socialmente responsável, um compromisso com causas humanitárias, embalagens recicláveis...tudo isso é influência dos consumidores!

É isso, gente!
E segunda-feira tem mais!

2010-03-18

Hoje o tema, relacionado ainda às marcas, é: será que provocação vende?


Antes de entrar no tema, aviso que no final deste post há alguns exemplos de "provoking ads" para vocês avaliarem.


Acho que todo mundo gosta de uma propaganda inspirada, algo polêmico - mesmo que muitas vezes o filme fique no limite do mau gosto (outras vezes são totalmente ofensivas mesmo). Mas será que isso é bom para as marcas? À parte do benefício imediato - todo mundo comentando, alto grau de lembrança - como este tipo de campanha afeta a imagem de uma marca no longo prazo?


Um dos grandes problemas desta escolha é que ela contém seu próprio fim - em outras palavras, quando todo mundo que ser provocador, para que a provocação se mantenha eficaz ela precisa se tornar excessiva.


Quem não se lembra da obsessão da marca Benetton em produzir, além de roupas coloridas, propagandas altamente impactantes (umas bem inspiradas, como as que denunciavam o racismo e outras tantas com o intuito puramente de chocar, como a do rapaz, soropositivo, com as feições similares a de Jesus Cristo).


Será que esta violência gráfica resultou em aumento de vendas? De acordo com a própria Benetton, este tipo de estratégia faz com que a circulação nas lojas aumente, no entanto,mais gente no ponto de venda não se traduz necessariamente em compras. Na realidade, recentemente a Associação dos Franqueados Alemães da Benetton processou o dono da marca, Luciano Benetton, por considerar que aquelas campanhas afetaram suas vendas e lhes causaram prejuízos.

Claro que uma campanha dessas não passa despercebida, e os números comprovam - a imagem do padre e da freira se beijando (aliás uma das que mais gosto) teve um reconhecimento de marca 48% maior do que se espera obter em um anúncio padrão. No entanto, quando perguntados sobre sua intenção de comprar um artigo Benetton, mais de um terço dos consumidores afirmam se divertir muito com a foto, mas confessam que ela não os estimula a comprar o produto (de fato nem se vê o produto - toda a campanha soa mais como um manifesto da marca do que como uma publicidade para tornar suas roupas e acessórios irresistíveis).

Mesmo se considerarmos a natureza "política" da comunicação da Benetton, é possível dizer que, ao mesmo tempo que ela encontra admiradores, e seu impacto eleva os índices de recall às alturas, é fato que a estratégia também se depara, na mesma proporção, com uma forte rejeição.

E vale lembrar o ponto que defendemos no início do post - a polêmica, para permanecer polêmica, tem que subir sempre um degrau, senão a gente se acostuma e passa a ver o anúncio como banal.

Este fenômeno aconeceu com a marca sobre a qual estamos falando: em 1989 temos uma negra amamentando um bebê branco (super bonita!), em 1991 sai a foto do beijo dos religiosos católicos (já uma escalada na polêmica), em 92 é a vez do anúncio do rapaz com HIV morrendo em sua cama, em 1993 temos esta aí em cima, com o "HIV positive" (com a evidente intenção de chocar), em 1994 a vilolência gráfica atinge outro nível, com a imagem do uniforme ensanguentado do soldado bósnio, e a última chocante de que tenho notícia vem de 2003 e está aí do lado direito.

De lá para cá, o que se vê são campanhas muito coloridas e bem mais tranquilas - ao que tudo indica a Benetton resolveu abandonar sua filisofia do "falem mal mas falem de mim". A marca ainda preserva um tom de manifesto, mas bem mais brando. Vejam só:





De acordo com os autores do livro Pró-Logo (a inspiração para os posts desta semana), estas práticas de "provoking ads" tendem a confinar as marcas em um círculo vicioso e elas necessariamente perdem a longo prazo. O sistema só funciona se a provocação aumentar constantemente. Assim, a provocação na propaganda dá certo uma ou duas vezes, mas deixa de dar resultados quando a elevação do tom se torna impossível.

Já falamos aqui sobre a importância da consistência para a construção da imagem de marca - se sua única aposta são as polêmicas, depois que todos os tabus forem transgredidos o que restará?

É isso gente.
E amanhã tem mais...

Deixo aqui alguns anúncios polêmicos que encontrei. Não censurei nada!



2010-03-17

Continuando com as marcas. Hoje, a importância de um nome!


Continuando com o tema - Pró Logo, marcas como fator de progresso - vou falar hoje sobre aquilo que vem de imediato à mente quando pensamos em uma marca: seu nome.


O assunto gera tanta angústia a fabricantes, empresários e marketeiros que já existem centenas de empresas e sites que podem te ajudar a criar um nome adequado a seu produto ou serviço.

Claro que há também exemplos do que não fazer: que tal um restaurante chamado Apetitoteca? Não desperta o apetite em ninguém, né?  Outra que deu um tiro n'água foi a Umbro: sua equipe de marketing não pesquisou direito quando lançou o tênis Zyklon. Em agosto de 2002, algumas pessoas denunciaram a marca pela sua “insensibilidade”. Esse é o nome do gás letal utilizado nos campos nazistas na 2° guerra mundial. E isso não é muito bom para os negócios....Já a empresa de cosméticos Estee Lauder estava prestes a exportar a linha de maquiagem Country Mist, quando a equipe alemã observou que na língua deles, “mist” (garoa, vapor d`água) era uma gíria para estrume. Na Alemanha, o produto virou Country Moist (úmido).

O nome é o primeiro sinal de reconhecimento de uma marca. Ele nunca é neutro e sua escolha deve envolver muito estudo e pesquisa. Até grandes marcas tiveram que rever seus nomes no curso de sua história. Quando a marca levava o nome de seu fundador, em algum momento o primeiro nome foi abandonado - Ford, Johnson, Philips. Outra alteração refere-se à redução do nome a uma sigla: a International Business Machines Corporation virou a potência IBM e a alemã Bayerische Motoren Werke é a atual BMW.

E há ainda os casos em que a empresa se rende e decide assumir seu nome como a versão que se escuta nas ruas: aqui no Brasil temos o Banco Brasileiro de Descontos que virou o Bradesco. Nos Estados Unidos, a Gap Generation apagou a palavra "generation" de suas etiquetas e se transformou na super conhecida GAP (mais informal, mais simpático, mais de acordo com a imagem da marca). A viciante Coca-Cola, que adoro e me esforço diariamente para não tomar, já em 1941 adotou a abreviação "Coke" -só não mudou definitivamente em função da gíria inglesa que significa cocaína.

Uma alternativa para a criação de nomes é lançar mão de neologismos, ou seja, inventar nomes que remetam à função principal do produto. Querem exemplos: a marca de geladeiras Frigidaire e os lenços de papel Kleenex. Estes são nomes repletos de significados e facilmente lembrados.

Agora, o que dizer daqueles que têm coragem de fazer tudo diferente, ir ao extremo oposto e criar um nome para sua marca que seja totalmente distante do produto fabricado: sim, sempre eles, os reis da inovação, do risco e do design...a Apple. Na época em que foi fundada, empresas do ramo tinham nomes formados por siglas - a IBM mais uma vez.

E quando a intenção é induzir a imaginar alguma coisa sobre a marca (mesmo que não seja verdade)? É o caso dos deliciosos e calóricos Häagen Dazs (nome difícil de falar e mais ainda de escrever). O nome remete à Escandinávia, mas a fábrica foi fundada no Bronx, New York. Mesmo com a realidade sendo menos romântica, são os melhores sorvetes que já tomei!

Resumindo, o nome de uma marca é um ativo vital. Ele tem que ser fácil de lembrar e deve conter um componente emocional ou um elemento racional. Ainda assim, não há garantias. Existem diversas marcas que fogem a esta regra e tem seu nome na boca do povo.

É isso, gente.
E amanhã tem mais.

2010-03-16

Comprei um livro chamado Pró Logo (Michel Chevalier e Gerald Mazzalovo) que é a antítese do livro No Logo - aquele que dizia que vivemos num mundo vendido e que considerava as logomarcas como algo maléfico. Este que estou lendo fala da existência das marcas como fator de progresso. Assim, durante esta semana queria dividir com vocês algumas idéias defendidas no livro:

Primeiramente, exibo aqui a lista das marcas mais valiosas do mundo em 1993 e em 2009. Vocês vão notar algumas diferenças:

     1993              2009
 A primeira coisa que me chama atenção diz respeito à marca líder em valor: enquanto em 1993 a Marlboro era a mais valiosa (quase 40 bilhões de dólares) , em 2010 ela nem aparece entre as 10 mais (fica em 17º lugar, com estimados 19 bilhões). Será que esta queda deve-se exclusivamente ao sucesso do setor de tecnologia ou temos aí também um reflexo das campanhas anti-tabaco? Outra coisa: se em 1993 a Intel figurava entre as dez mais, hoje, quatro empresas ligadas à área de informática estão entre as dez mais valiosas do mundo. Por último,vale notar que na lista mais antiga todas as marcas referem-se a produtos e não a serviços, enquanto que na lista atual os serviços aparecem em destaque sob as marcas Disney, McDonalds e Google.

Mas, qual a definição de marcas atualmente? A primeira e mais óbvia é aquela que diz que o objetivo de uma marca é introduzir diferenciação em um determinado produto ou setor. Concordo. Marcas podem ser uma garantia de qualidade, confiança e inovação.

No entanto, quando pensamos em marcas nos dias em que vivemos, a primeira idéia que nos vem à mente não é a qualidade do produto, mas a intensidade da comunicação. Vivemos a era da comunicação! As marcas só existem porque conseguimos reconhece-las - e este reconhecimento vem através da identificação e compreensão de suas mensagens. As campanhas da Nike são imediatamente identificáveis, as de Omo com suas crianças brincando ao ar livre e o seu "se sujar faz bem" também a gente reonhece logo de cara.

Claro que estas mensagens precisam ser feitas utilizando-se elementos constantes que expressam a visão de mundo da marca - não adianta comunicar que a marca X é a mais tradicional do mercado, 6 meses depois aparecer com uma campanha mostrando a mesma marca como jovem, irreverente e 1 ano depois veicular um filme contando que a marca agora tem um preço acessível! Isto não contribui em nada para a construção da identidade de marca. Uma marca de sucesso tem uma identidade definida e reconhecida pelos consumidores.

Alguns exemplos de marcas com identidade bem estabelecidas: a Nike e sua excelência atlética, tanto para profissionais como para amadores (Just do it!), a Armani com seu jeito blasé, sua elegância tranquila em estilo italiano, a Nestlé e sua preocupação com a nutrição infantil, sua imagem de produto confiável, acima de qualquer suspeita.

E qual o primeiro sinal de reconhecimento de uma marca? Seu nome, claro. Tratarei deste tema no proximo post.

É isso, gente.
E amanhã tem mais...


2010-03-15

Segunda-feira é dia de fazer o bem. Hoje, confesso: eu adoro a América!



É isso mesmo! Os Estados Unidos são o país mais odiado e ao mesmo tempo mais invejado do mundo! Até entendo esta má vontade que muita gente tem com o país mais poderoso da terra, mas não comparto do sentimento: eu adoro os Estados Unidos! Quando vou para lá sou sempre muito feliz e invariavelmente encontro alguma coisa que me encanta: desde coisas de comprar (essa é fácil) até comportamentos e tendências novos. Tudo acontece por lá!


Hoje, segunda-feira, dia que dedico a procurar boas ações, queria falar sobre ações sociais patrocinadas pelos americanos em nosso país. Há um montão delas, sabiam?

Primeiro vou falar dos projetos promovidos pela Eletropaulo (empresa controlada pela americana AES): as creches Luz e Lápis e o Projeto Casa de Cultura e Cidadania, além do Programa de Regularização de Ligações Elétricas.




O projeto Creche Luz e Lápis (lindo este nome, né?) foi viabilizado com recursos próprios e consiste em dois Centros Educacionais Infantis com atendimento a 280 crianças de 1 ano a 5 anos e 11 meses, em período integral,nos bairros de Santo Amaro e Guarapiranga, em São Paulo. Os dois Centros são totalmente voltados para crianças de baixa renda ou em situação de risco social.

A missão do projeto é contribuir na construção do saber, dentro de ambiente seguro, acolhedor, lúdico e desafiador, valorizando a criança. Com isso, as crianças são inseridas no mundo do conhecimento enquanto fortalecem sua auto-estima e descobrem seus valores culturais.

Projeto Casa da Cultura e Cidadania: a casa está localizada em São Paulo, na Vila Guacuri, e tem como objetivo criar oportunidades para todos. São oferecidos cursos de cultura e cidadania para mil crianças e adolescentes em cada unidade.

Diferentes turmas, organizadas de acordo com faixas etárias e interesses, têm aulas de: Artes Visuais, Música, Teatro, Dança, Informática, Circo e Arte de Contar Histórias, Convivência, Sala de Leitura e Área Livre.

Também são realizados cursos profissionalizantes e oficinas de geração de renda para jovens e adultos. A Casa da Cultura e Cidadania é um lugar para as pessoas descobrirem seus potenciais e mudar sua relação com o mundo.

Programa de Regularização de Ligações Elétricas: o programa tem como foco atuar nas comunidades de baixa renda, regularizar as ligações informais de energia elétrica e estimular uma cultura de uso responsável da eletricidade. O trabalho contempla a reforma das instalações elétricas externas e internas das residências, doações de padrão de entrada, substituição de equipamentos (geladeiras e lâmpadas); iluminação de ruas e vielas, instalação de aquecedores solares para chuveiros e ações de
conscientização e educação para o consumo seguro e adequado da energia elétrica.

Esse projeto, já levou informações e orientações sobre o uso adequado e seguro de energia elétrica a 574 mil moradores das comunidades de baixa renda

Desde 2004, já foram beneficiadas 290 mil famílias - ou cerca de 1,2 milhão de pessoas - de 1.242 comunidades de baixa renda.

Um dos destaques é o projeto piloto realizado na segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, com um grupo de 4,3mil famílias. Esse trabalho, feito simultaneamente em Mumbai, na Índia, foi promovido em parceria pela AES Eletropaulo,Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e ICA (Associação Internacional do Cobre) com o objetivo de desenvolver,testar e avaliar soluções sustentáveis e replicáveis para aumentar o acesso de consumidores urbanos de baixa renda à luz elétrica. Trocando em miúdos, a empresa tenta acabar com as instalações elétricas clandestinas (o famoso "gato") oferecendo energia elétrica mais barata aos moradores da comunidade. Em troca, o pessoal da comunidade conta com mais segurança e uma conta de luz, que no nosso país é quase um documento, é um comprovante de endereço. Legal, né?

Também queria lembrar da tendência atual de bilionários americanos declararem que vão doar a maior parte de suas fortunas para as organizações beneficentes. Vejam os exemplos...vocês teriam coragem?



- Bill Gates: O fundador da Microsoft planeja doar a maior parte de sua fortuna antes de morrer, mas quer deixar US$ 10 milhões para cada um dos três filhos. O resto vai direto para obras de caridade nas quais está envolvido com a Fundação Bill e Melinda Gates. Ele é especialmente atraído para projetos de educação em países menos desenvolvidos!

- Warren Buffet – O mega-investidor americano, segundo homem mais rico do mundo atrás somente do amigo Bill Gates, tem uma fortuna estimada em US$ 62 bilhões. Ele já declarou que vai deixar aos filhos “o suficiente para que eles possam fazer qualquer coisa, mas não tanto que não queiram fazer nada na vida”.

- Barron Hilton – O avô da patricinha Paris Hilton prometeu doar 97% da sua fortuna de US$ 2,3 bilhões para entidades beneficentes.


Uma pesquisa feita recentemente indica que "filantropos ricos, principalmente empreendedores multi-milionários, são firmes em dizer que querem que seus filhos tenham um incentivo para trabalhar duro como eles fizeram em suas vidas. E uma forma de fazer isso é limitando suas heranças. Os pais não querem tirar a ambição dos filhos. Em vez de deixar suas fortunas para trás, eles estão repassando a maior parte do dinheiro para causas sociais que eles já defendem e nas quais acreditam. Eles estão colocando mais ênfase em deixar um legado que beneficie a sociedade.”

“Há uns dez anos, 75% da lista dos mais ricos do jornal Sunday Times eram compostos por gente que havia herdado dinheiro de família. Hoje, essa proporção é inversa”.

É isso, gente.
Queria falar sobre os projetos sociais patrocinados pelo governo americano aqui no Brasil, mas não coube. Era muito assunto. Fica para uma próxima.

E amanhã tem mais...