2010-07-20

Today let's talk about handmade Brazil!


Today I want to talk about the important role that the Brazilian craft exercises in sustaining and improving the living conditions of millions of families in the country.


First I need to call attention to the beauty of our craft: colorful, full of life, energy and creativity! I love it! Of course I'm not talk about any craft - it is not enough for me to be simply "hand made", it has to be  unique, modern, and especially nice! Want to see some examples? Look these ones I found. Who wouldn't use these necklaces, this charming wallet?



And it is not only the accessories. The principle is the same for ceramics, weavings, baskets, etc.. The pieces have to enchant!



Today there are about 8.5 million people working in the production of handicrafts in Brazil -  87% women, who often learned the craft from their mothers, since the teachings are traditionally passed from generation to generation .
This current process not only improves the life of several families, but also contributes to the sustainable development of regions with productive potential which often found themselves marginalized and without any perspective.
Want an example? This here is the wonderful work from Sebrae! It's just a case, but there are hundreds of others ...
Agulha Mágica (Magic Needle) : Santa Maria, Federal District - per capita income (annual) equal to the minimum wage, unskilled labor and unemployment rate above 20% of the economically active population.
Ana Maria Neta was a typical woman of this community. A married mother of three young children, working as a maid. Like many women,Ana was unhappy because no one would take care of her children while she was away, working. Ana Maria's dream was to find a way to ensure the sustenance of the family, balancing her activities of mother and wife.
Ana Maria was not alone, there were other families in similar circumstances. What was common among women of Santa Maria is that they possessed a manual skill cultivated as a tradition: the ability to crochet with perfection. In 1997, Mary Anne found herself with her children sick, needing her more than ever and at the same time, her income was essential for the maintenance of the house.

It was necessary to find alternatives to reconcile family life with work. It was a matter of survival.
Ana Maria was a very humble person, but her entrepreneurial attitude was perceived in everything she did. She was determined to change her family situation and knew that to do so she would have a hard road ahead. In 1997, she heard about a crochet design course  promoted by SEBRAE. Ana Maria, who already knew how to crochet, was soon to sign up - when she finished the course, Maria Ana sent a large supermarket chain in São Paulo a sample of a new product: towels with fruits and vegetables made in colorful crochet,  in high relief - attributes that added value to a simple product, present in all Brazilian kitchens.
Interested in the product, the company ordered 500 towels. Ana Maria, already recognized as an artisan, took three months to deliver them.


Frightened, Maria Ana went to SEBRAE, to ask for help - the program "One swallow does not make a summer." Guided by  SEBRAE experts, the artisan began to work with multiplication, teaching other women to do their work on crochet. This initiative was pioneered in the community of Santa Maria.
The work has enabled about 2,000 women who, after having been qualified and selected, expressed the desire to join forces to work. Thus,  the Magic Needle Association was born in 2000, giving an identity to that informal group that grew each day.
Success came in 2001 when the orders exceeded 2500 towels / month.


Ana Maria opened in 2002, the company Art Brazil, which, with the her husband's help, who had left his job as a bricklayer to devote to crochet, planned and organized the production and was in charge of marketing the towels
.



The perceived changes refer not only to the increased income and the quality of life, but mostly to  their self-esteem. These women  became more secure and confident in the ability to produce a change.
That's it. Cool huh? Developing the creative and artistic potential of needy people and to transform the lives of an entire community with their own work ... and still live surrounded by beautiful things. Can there be anything better?





2010-06-08

A cara de pau do Itaú!



Vocês já viram o comercial do Itaú em que os funcionários deste banco cantam a música Imagine de John Lennon? Não sei quanto a vocês, mas eu tenho um ódio desta propaganda!!! Nada mais inadequado, impróprio, nada a ver! E o mais curioso, é que eles deixaram de fora os seguintes versos da música:

Imagine no possessions

I wonder if you can
No need for greed or hunger 
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

Um mundo sem posses, sem ganância...uma fraternidade! É mesmo a cara do Itaú né? Afinal,vocês conhecem algum banco ganancioso? Algum banco que valorize a propriedade? Claro que não...



Prá mim foi um tiro n'água! Erro de marketing!
Com tanta música por aí, o Itaú escolheu logo aquela que é um hino anti capitalista - sharing all the world...


2010-05-18

O Blog da minha irmã!



Hoje vou abraçar o nepotismo, com muito orgulho!

Quero apresentar para vocês o blog da minha irmã: "the ethically challenged - A year in the life of a novice ethical consumer" (http://www.theethicallychallenged.blogspot.com/).

Tudo começou a partir de uma conversa que tivemos sobre consumo ético, produtos ecologicamente responsáveis e toda a preocupação verde com o planeta.

Nós duas concordamos que, apesar de louvável e recomendável, ainda é muito difícil viver seguindo estes princípios. E olha que a Renata mora em Londres. Se é complicado para ela, o que dizer para nós, brasileiros (por aqui respeitar o planeta é somente economizar água e levar a eco-bag ao supermercado...). Imaginem se eu ligo para a Bauducco pedindo que eles me atestem que toda a cadeia de produção deles segue o "fair trade" e que seus bolos, colombas e panetones são fabricados de maneira sustentável. Quem leu o post sobre a troca da Colomba Pascal sabe que tipo de apuro o consumidor enfrentaria para no fim não conseguir nada! Enfim...


Outro aspecto que nos distancia desta nova forma de comportamento são os preços, sempre (muito) mais altos do que os dos produtos "sem consciência". E, como se não bastassem a dificuldade para achar produtos 100% éticos e os preços salgados, parece que há uma regra que dita que "eco-friendly" é sinônimo de feiúra.

Será mesmo?





Pressentindo um certo preconceito de minha parte, minha irmã resolveu se propor um desafio: (tentar) viver dentro dos padrões ecologicamente corretos, só comprar produtos fabricados de maneira ética, com o mínimo de "carbon footprint" ( mais ou menos a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa necessária para a manufatura), informar-se sobre as condições de fabricação de tudo que comprar (fair trade). O desafio tem a duração de um ano - depois disso ou ela se converte em guardiã do planeta ou volta a ser a consumidora de sempre.

Assim, a Renata resolveu registrar seu desafio em um blog: http://www.theethicallychallenged.blogspot.com/.

Como ela mora em Londres e já é mais inglesa do que brasileira, todos os posts são escritos em inglês. Ainda assim vale a pena! As histórias são boas e ela tem um jeito divertido e leve de escrever.


Vocês vão ver as primeiras dificuldades como comprar um vestido para um jantar, escolher um sapato (bonito) para montar o look do evento - aliás, aqui preciso dizer que os sapatos naturebas que ela encontrou à venda eram todos medonhos! Credo...melhor ir descalça e fazer a "descolada", "tô nem aí". Dá uma passadinha lá e depois me conta.

2010-05-14

Azul: tomara que seja igual a sua irmã JetBlue!



Oi gente! Depois de um período de hibernação, voltei! Que saudades de escrever...

Hoje queria falar sobre a nova companhia aérea operando em céus brasileiros: a Azul!
Tenho a maior simpatia por esta marca, que nos Estados Unidos é conhecida como JetBlue. Nunca voei com eles aqui mas já tive uma experiência de viajar de New York para Orlando numa aeronave da JetBlue. Tenho que dizer que adorei!!

Desde 2001 a Jet Blue tem sido eleita  a “Melhor Companhia Aérea em Vôos Domésticos” nos Estados Unidos. E eles são bons mesmos! Quer ver? A passagem deles foi a mais barata que encontrei. Eu estava com pouco dinheiro e toparia até voar na asa, assim quando achei o bilhete mais em conta, comprei, já esperando que a viagem seria aquele martírio - poltronas apertadas, gente mal educada, equipe de bordo mal humorada, enfim, tudo aquilo que a gente está acostumado a encontrar.

Mas, não...Que surpresa! Já começa que não entendi nada quando encontrei o balcão de check-in na calçada do aeroporto! Isso mesmo, o táxi parou, eu sai e ...como assim? Pois é, você não precisa ir até lá dentro e enfrentar aquelas filas imensas - até pode, se quiser, mas eles têm a opção deste atendimento rápido. Rapidíssimo. Amei.

E tem mais! Os comissários de bordo (e os funcionário em terra) estavam todos de bermudas ou  calças cáquis e camisetas pólo azuis - super modernos, clean, de acordo com a proposta da companhia. Tão diferente daqueles uniformes jecas, jequíssimos que andam por aí. Alguém precisa avisar as aeromoças que aqueles cóques emplastrados de gel, não favorecem ninguém. Não há como ficar bonita com um penteado daqueles. E para piorar elas usam umas redinhas e um LAÇO (!!!!) preso no cóque. Um pavor. E o que dizer das comissárias americanas e européias (as aerovelhas), todas usando maquiagem pesadíssima, fisionomia cansada e uma simpatia de soldado nazista. Já o pessoal da JetBlue parecia funcionário do Bush Gardens, aquele parque americano que com ar de safári : bem dispostos, a vontade, confortáveis, amistosos!

Vale lembar que o conceito da JetBlue (happy jetting!) é vender bilhetes baratos e proporcionar uma viagem agradável e sem complicações para seus consumidores. E a única experiência que tive com eles superou em muito minhas expectativas.

Uma outra coisa que adorei foi o serviço de bordo. No que se refere à alimentação, vale lembrar que estamos falando de um voo relativamente curto - menos de 3 horas. Ainda assim, havia o serviço de bordo pago, com bebidas alcóolicas e não sei mais o que porque não perguntei, e havia aquele gratuito. Eu já pensei que teria que engolir aquelas barrinhas lamentáveis, mas não foi isso que aconteceu: recebemos uns saquinhos de snacks que não me lembro quais eram, mas sei que gostei, e coca cola. Nada de mais, nada de menos. Algo para mastigar durante o vôo, só isso,  mas algo gostoso. Nada daquela depressão de receber o kit tristeza...

Outra coisa que nunca tinha visto e que amei: naquele vôo a programação de vídeo incluia TV. Explico: pudemos assisitir, durante o vôo, um canal de TV normal. A mesma programação que estava sendo transmitida "em terra" passava no ar também. É como se você ligasse o monitor durante o vôo e pudesse assisitir à Globo. Incrível, né? E tem mais: sinal de wireless gratuito a bordo e nos aeroportos.

E para terminar, assisti à entrevista que o fundador da JetBlue e da Azul - David Neeleman - deu ao Jô Soares, li também uma matéria com ele em algum jornal do qual não me lembro, e achei-o bastante simpático, com uma trajetória de vida diferente daquela tradicional de executivo vindo das melhores faculdades do mundo, com uma carreira bem planejada e traçada desde cedo. Nada disso. David Neelman morou no Brasil, foi missionário por aqui (sim!), ajudando comunidades carentes no Nordeste, não completou a faculdade e "sofre" de um mal que eu conheço de perto: ele é DDAH, ou seja, ele apresenta Distúrbio do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Fiquei tão comovida, sabia? Só que, diferentemente de mim, ele não toma nenhuma medicação que o ajude a ter a cabeça menos na lua porque acredita que os remédios o deixam menos criativo.

Ah, sim, já ia me esquecendo: muitas  das aeronaves da JetBlue e todas da Azul foram compradas da Embraer! Achei o máximo: só aviões brasileiros! Aqui são os Embraer 195 e nos Estados Unidos os Airbus A320 e os Embraer190.

Adorei o David Neeleman!


2010-04-30

Mudanças menos óbvias provocadas pelos livros eletrônicos...

Já disse aqui que sou louca por novidades, o que  faz com que meu óbvio sonho de consumo atual seja o IPad e o Kindle, os dois livros eletônicos da Apple e da Amazon respectivamente. O IPad é bem mais que um livro eletrônico, mas tem esta funçao também. Adoro esta parafernália...

Já li várias matérias prevendo mudanças radicais na relação leitor x autores x editoras agora que os livros viraram arquivos eletrônicos e consequentemente se tornaram mais baratos, mais acessíveis (por 10 dólares e em 5 minutos é possível baixar um livro na Amazon), mais fáceis de armazenar...enfim, este fenômeno veio para ficar e só o tempo vai nos dizer qual o verdadeiro impacto que estas maquininhas vão causar em nossas vidas.

Mas haverá também as pequenas alterações em nosso comportamento, e são estas que me interessam hoje. Vou falar sobre mudanças aparentemente insignificantes, diferenças em nossas atitudes que hoje não têm impacto nenhum, mas que, acredito, definem em que tipo de sociedade vamos viver daqui a alguns anos.

Uma vez eu estava sentadinha no metrô de Londres e vi uma moça lendo um livro - até aí tudo bem, fato super corriqueiro para uma população que está sempre dentro de algum meio de transporte público e tem que ter algo para se distrair. Mas o que me chamava a atenção era o nível de concentração desta moça, o quanto ela estava absorta no enrendo do livro. A capa do livro também era bem interessante e o título da obra me intrigou: Atonement (me intrigou porque eu não tinha idéia do significado daquela palavra). Pois bem, neste mesmo dia passei em uma livraria e fui em busca do Atonement, que descobri ser "Reparação"em português (o título do livro e do filme aqui é "Desejo e Reparação"). Comprei, li, devorei e adorei!

Pois bem, este singelo episódio não seria mais possível se a tal moça estivesse de posse de um e-book, já que estes não têm capa! Como vamos poder xeretar o que nosso vizinho de poltrona está lendo? Eu sempre fui observadora (acho que uso esta palavra como eufemismo para bisbilhoteira) e gosto de saber do que os outros gostam - muitas vezes estas dicas são preciosas! Não fosse a leitora do metrô e talvez eu nunca tivesse lido este romance maravilhoso! E mais: é tão bom (mas nem sempre justo ou exato) poder julgar um livro pela capa!! Li o depoimento de uma leitoraque acertou na mosca: "Há algo de especial em ter um belo livro que parece intelectualmente pesado e apetitoso...você se sente orgulhosa de estar lendo isso". Pode parecer bobagem, mas não é - existe mesmo um prazer em desfilar por aí com seu livro, exibindo seu gosto literário (ou até a falta dele), em notar as páginas lidas se acumulando de um lado, enquanto as não lidas vão diminundo rapidamente...

Do lado de autores e editoras, a perda das capas significa perda de uma publicidade gratuita que tem quase a mesma força de um boca-a-boca - é o testemunho de um consumidor, de alguém que a gente considera isento e, portanto, confiável. Não se deve nunca desprezar o potencial do visual como fator de persuasão na hora da compra - a capa atrai os leitores sim!

Claro que, por outro lado, se você não quer que ninguém saiba que você está lendo "O Doce Veneno do Escorpião", de Bruna Surfistinha, ou "Caminho para as Borboletas", de Adriane Galisteu, estes aparelhinhos serão a sua salvação...bobagem minha, estou sendo preconceituosa! Livro é livro, é uma delícia e todos valem a pena.

É isso gente.
E segunda-feira tem mais.


2010-04-28

SAC - Serviço de "Aborrecimento" ao Consumidor


Sou grande incentivadora do SAC - serviço de atendimento ao consumidor - implementado por quase todas as empresas hoje. Acho que muita coisa mudou e melhorou desde seu surgimento - mesmo com os abomináveis gerundismos originados na tradução de manuais em inglês para o português ("Im going to send you" virou "Eu vou estar te mandando").

Da mesma maneira que sou entusiasta do conceito deste serviço, sou bastante crítica de sua execução. E sou, também, usuária sempre que a ocasião se apresenta. Hoje vou  contar  um caso frustrante dos muitos em que tive que ligar para um serviço de atendimento ao consumidor.

O episódio aconteceu na última semana: comprei uma Colomba Pascal para meus filhos que simplemente adoram este bolo cheio de gotas de chocolate. Assim que cheguei em casa as crianças abriram a caixa e começaram a devorar o doce. De repente, eu entro na cozinha e percebo que a tal Colomba veio sem a cobertura - estava faltando aquela deliciosa crosta açucarada!


Muito bem, fui imediatamente ligar para a Bauducco e comunicar o defeito. Aí começa a minha frustração: depois  de alguns minutos de espera (e exasperação!) uma moça me atende e relato a ela o ocorrido. Pergunta da atendente: "você ainda tem pelo menos a metade do produto? Para efetuarmos a troca é necessário ter pelo menos metade." Isso já me irrita porque a impressão que tenho é a de que ela está bem menos preocupada com a falta de qualidade do produto e muito mais com a possibilidade de ser enganada por mim - afinal, estamos falando de um produto que foi comprado no Pão de Açúcar por R$6,99!! A chance de alguém querer dar um golpe na Bauducco quando tão altas somas estão envolvidas é altíssima!

Pois bem, conto até dez, lembro-me dos ensinamentos de Jesus, Buda e  Chico Xavier, e sigo em frente - sim, eu tenho a metade da Colomba. "Está bem, na segunda-feira, vamos efetuar a troca." E fazem realmente. Já estou com a nova aqui.

Mas não estou satisfeita e acho que o atendimento está equivocado. Querem ver porque?

A Colomba Pascal foi comprada porque meus filhos adoram e queriam comer a guloseima naquele dia. Começaram a comer e constatei o defeito. Ligo para a Bauducco. Sou informada de que o produto só vem na segunda. Digo para a atendente que estou com 2 crianças loucas para comer o bolo daquele jeito mesmo, crianças que não querem esperar até segunda. A moça é irredutível: terei que esperar e não posso deixar ninguém comer o produto já que ele é moeda de troca para uma Colomba com cobertura.

Claro que eu poderia ir ao Pão de Açúcar e comprar outra, mas esta postura da empresa é correta? Não, não é.
E sabem o que é pior: quando a Bauducco veio efetuar a troca, ontem, o entregador deixou uma caixa e fez questão de levar a outra. Não recebemos sequer um pedido de desculpas da Bauducco.
A coisa toda aconteceu como se a empresa apenas tivesse que me restituir aquilo que comprei. Legalmente, pode até ser assim, mas o relacionamento empresa/consumidor não é regido apenas por leis do Direito. Numa época de concorrência feroz, marcas nacionais e importadas disponíveis em todas as prateleiras, como um fabricante conquista a lealdade de seu consumidor? Não falhando? Não, mas reconhecendo seu erro, paparicando seu comprador, pedindo desculpas quando for o caso.

Se eu fosse gerente de marketing ou do departamento encarregado do SAC desta empresa faria diferente: claro que o produto seria reposto, mas junto dele o consumidor seria surpreendido por um outro mimo qualquer para ilustrar o quanto sentimos pelo inconveniente.

No caso que aconteceu comigo, eu fiquei com todo a aborrecimento: ligar para a Bauducco, perder tempo, falar com a atendente, interromper o lanche de meus filhos, faze-los esperar 3 dias para poder se deliciar com a Colomba novamente. E a Bauducco fez o que? Nada mais do que a obrigação, nada além do que manda a lei: trouxe uma Colomba Pascal para a minha casa com 3 dias de atraso. Ah, que fique bem claro: minha intenção aqui não é "faturar" um produtinho qualquer por conta de um erro da companhia. Estou apenas apontando que gentileza nunca é demais quando se causa algum tipo de transtorno aos outros.

Por último, o ponto alto deste episódio: a Colomba nova trazida pela Bauducco TAMBÉM VEIO SEM A COBERTURA!! Não é incrível? Sabem o que eu fiz? NADA! Não liguei para a Bauducco por que me cansei. Melhor é não comprar mais nada desta marca.

É isso, gente.
E amanhã tem mais.

PS: abaixo foto retirada do blog "Coma com os Olhos", mostrando uma problema parecido com o meu - a promessa do produto na embalagem e a decepção depois de aberta a caixa.

2010-04-23

A Arte da Manipulação!


Segundo o dicionário Michaelis, a definição de  "manipular" fica em torno de: "preparar com as mãos, forjar, engendrar".

No meu caso, este verbo me remete sempre às marionetes manipuladas em teatros - esta é a essência da manipulação, não é? Colocar a mão dentro do boneco ou dirigi-lo por meio de cordões, a fim de que ele faça exatamente aquilo que o manipulador pretende.

Parece incrível que nessa nossa vida moderna, conhecida como a "era da informação", o perído em que  qualquer notícia se espalha pelo mundo em questão de segundos, a gente ainda possa ser vítima de manipulação. Mas o fato é que somos. E não estou falando apenas da manipulação perpetuada por governantes, gente poderosa, grandes corporações. Estou falando disso e de muito mais...que ver?

Muito cedo na vida nós aprendemos a ser manipuladores , afinal as birras e chiliques infantis nada mais são do que uma tentativa, por parte da criança, de fazer seus pais cederem às suas vontades. Os pequenos entendem logo o poder desta manipulação!

E o photoshop? Um tremendo recurso de manipulação - a ferramente altera a aparênciadas pessoas (para melhor ou pior) mas pode alterar qualquer imagem transformando uma ilusão em verdade.

No cinema somos vítimas, durante 120 minutos, da manipulação de atores, diretorese produtores. Mas aí é a manipulação do bem - um bom filme manipula suas emoções no escurinho da sala, faz da gente o que quiser. Melhor dizendo, um bom filme faz de mim o que quiser: choro, morro de medo, dou risada. Esqueço de tudo durante a projeção.

Um exemplo sinistro? Joseph Goebbels, o eficiente e maldito ministro da propaganda  nazista. Sabe o que ele costumava dizer? "Se você contar uma grande mentira e repeti-la muitas e muitas vezes, o povo passa a acreditar naquilo como verdade absoluta. Isso é bom para o Estado. Para mim, a verdade é a maior inimiga do Estado". Pessoa querida, né? Gente boa mesmo...

Há ocasiões em que um fato cria a oportunidade perfeita para se elevar a manipulação a níveis impensáveis: 11 de setembro de 2001. O terror foi tamanho que a população americana (e mundial) virou refém do medo. E em nome deste medo, os americanos apoiaram qualquer atitude de seu então presidente.

Não podemos nos esquecer também da manipulação de competições esportivas. Vira e mexe a gente ouve falar de algum jogo de futebol que teve seu resultado combinado previamente.

Não quero entrar aqui no assunto chatíssimo de manipulação das informações pela mídia. Esta história de que a Rede Globo (que assisto) e a revista Veja (que assino) não são isentas no trato das notícias. Até porque, se tiver que falar delas tenho que citar também a Carta Capital e a Rede Bandeirantes e este não é o propósito deste blog. Não somos um blog político, apesar das minhas preferências muitas vezes ficarem claras.

Por último queria lembrar com vocês o caso mais famoso de manipulação de notícia:  caso Orson Welles, que aconteceu há mais de setenta anos com a transmissão de uma obra de ficção científica pela rádio CBS, onde os fatos foram interpretados pelos ouvintes como reais. A notícia dava conta de uma invasão alienígena na Terra.

30 de outubro de 1938. A rádio CBS - Columbia Broadcasting System - e suas afiliadas de costa a costa, transmitem, dentro do programa Radioteatro Mercury, A invasão dos marcianos. Na adaptação da obra A Guerra dos Mundos do escritor inglês H. G. Wells, centenas de marcianos chegam em suas naves extraterrestres a uma pequena cidade de New Jersey chamada Grover's Mill.

Todas as características do radiojornalismo usadas na época se faziam presentes a fim de dar credibilidade à "matéria": reportagens externas, entrevistas com testemunhas que estariam vivenciando o acontecimento, opiniões de especialistas e autoridades, efeitos sonoros, sons ambientes, gritos, a emotividade dos envolvidos, inclusive dos pretensos repórteres e comentaristas, davam a impressão de um fato, que estava indo ao ar em edição extraordinária.

A CBS calculou na época que o programa foi ouvido por cerca de seis milhões de pessoas, das quais metade passaram a sintonizá-lo quando já havia começado, perdendo a introdução que informava tratar-se do radioteatro semanal. Pelo menos 1,2 milhão tomaram a dramatização como fato, acreditando que estavam mesmo acompanhando uma reportagem extraordinária. E, desses, meio milhão tiveram certeza de que o perigo era iminente, entrando em pânico e agindo de forma a confirmar os fatos que estavam sendo narrados: sobrecarga de linhas telefônicas interrompendo realmente as comunicações, aglomerações nas ruas, congestionamentos de trânsito provocados por ouvintes apavorados tentando fugir do perigo que lhes parecia real, etc. O medo paralisou três cidades.

Incrível né? Daí veio o conceito de "audiência rotativa do rádio":  não dá para assumir que os ouvintes estejam conectados, todos,  desde o início da reportagem. Assim, hoje, é comum a gente escutar o jornalista repetir várias vezes o contexto da notícia durante o programa de rádio para  que todos - inclusive aqueles que acabaram de sintonizar - saibam exatamente o que está acontecendo.

Para quem se interessar, dá para ouvir a transmissão da "Guerra dos Mundos" original, feita pelo Orson Welles, no Youtube. Vai lá!


É isso gente.
E segunda-feira tem mais.