2010-03-22

2ª feira é dia de fazer o bem - a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte...


Hoje, seguindo a tradição há pouco iniciada, vamos falar, como em todas as segundas-feiras, sobre ações sociais. Mais uma vez digo que é a melhor maneira de se começar a semana: sabendo que nossa espécie é generosa e que há muita gente espalhando o bem por aí...

Agora, vamos ao post de hoje. Claro que a gente sabe que acabar com a fome, a miséria, a falta de escolas e de atendimento médico é prioridade em nosso país. Mas, eu queria falar aqui sobre um outro tipo de carência da qual nosso povo sofre: a falta de estímulos culturais. Afinal, como já diziam os Titãs lá em 1987, “a gente quer comida, diversão e arte”.

Não me refiro aqui às políticas ridículas do governo que obrigam organizadores de shows, produtores de teatro e salas de cinema a cobrarem apenas meia entrada de estudantes (e também de todo aquele exército de falsos estudantes – é o fim, né?). Sei que minha posição não é simpática, mas considero que aquele que estuda no Brasil já é um privilegiado, não necessitando assim de mais uma facilidade. Preferia mil vezes que a empregada doméstica que trabalha na minha casa pudesse ter acesso aos ingressos pagando 50% de seu valor. Ela sim, precisa de benefícios...Mas não é assim que acontece.

Pensando no assunto, resolvi pesquisar aquele tipo de ação social que leva cultura a todos os cantos do país: cinema, biblioteca, cultura itinerante...

O projeto “Cine Tela Brasil – O cinema veio até você” é um dos que espalha a alegria de ir ao cinema à população carente deste país.



Esta iniciativa foi idealizada pelos cineastas Lais Bodanzky e Luiz Bolognese e hoje recebe patrocínio da Telefônica e da concessionária de rodovias CCR. O Cine Tela Brasil já tem 13 anos e sabe como funciona? Eles mudam de cidade a cada semana e permanecem 3 dias em cada praça, sempre na periferia. São realizadas quatro sessões diárias, sendo duas para adultos e duas infantis.

De acordo com o website do projeto os filmes exibidos atualmente são “O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”, o excelente “A Era do Gelo 3”, “Se eu Fosse Você 2” e “O Menino da Porteira”. É para aplaudir de pé, vocês não acham? Este pessoal leva o cinema à população que não tem acesso às salas convencionais. Segundo o IBGE, inacreditáveis 92% das cidades brasileiras não contam com nenhuma sala de cinema e naquelas onde há cinema o preço dos ingressos afugenta a maior parte do público.

Assim é o "Cine Tela Brasil", uma tenda e uma tela itinerantes e duas pessoas que querem (e fazem algo para) mudar o país.

Mas não é só o cinema que quer ir onde o povo está, as bibliotecas itinerantes também marcam presença, alcançando os rincões brasileiros e despertando a paixão pela leitura naqueles que dificilmente conseguiriam por as mãos em um livro (só naquelas cartilhas modorrentas da escola).

Dados da Câmara Brasileira do Livro do ano de 2006 mostram que somente 10% da população brasileira le entre um e dois livros por ano. A média do País está na marca de 1,8 livros lidos, ao ano, por habitante enquanto na França, por exemplo, esse número salta para sete. É muito pouco, né? Mas, por outro lado, explica muita coisa...

Diferentemente do cinema, há vários projetos de biblioteca itinerante no Brasil. Um deles é o “Leia Brasil” ,uma ONG que conta com o apoio de estatais e empresas privadas, e que dispõe de sete veículos. Os caminhões chegam a transportar 10 mil livros cada um por quase 500 escolas nas regiões Sudeste e Nordeste.

Outra biblioteca sobre rodas é a BiblioSesc, uma parceria da Prefeitura de Teresina com o Serviço Social do Comércio (SESC), para o atendimento em escolas municipais. Os números do BiblioSesc apontam o sucesso do projeto. Em 2008, o caminhão biblioteca visitou 20 escolas municipais, totalizando o atendimento a 43.769 pessoas, entre alunos, professores e funcionários das escolas visitadas e membros da comunidade.

E sabe o que é o mais legal? É que estas iniciativas não estão contribuindo “apenas” para a formação de novos leitores e de um público mais crítico. Já se sabe que quando os alunos passam a freqüentar bibliotecas e cinemas, a família inteira adota o novo (e prazeroso) hábito, criando uma participação maior dos pais na vida de seus filhos, aumentando assim a integração entre os membros da família.

É isso, gente.
E amanhã tem mais...

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