2010-03-05

Consumo Ético



Esta tendência ainda não chegou aqui mas já se faz presente no primeiro mundo: pessoas que fazem do consumo um ato político!

A escolha é ampla - compra-se créditos de carbono, frutas e verduras orgânicas, papel reciclado, um produto qualquer cuja aquisição gera uma doação de um percentual do valor da compra para alguma causa social/ambiental, e muitas outras alternativas para que você manifeste suas convicções e esperanças.

Este consumo político não é novo, a diferença entre o que acontecia há alguns anos e o que se observa agora, é que esta demonstração hoje é positiva, enquanto que as primeiras resumiam-se ao boicote, uma forma negativa de protesto.
Um estudo feito recentemente concluiu que 62% dos americanos se dipõem a pagar US$5 mais por um suéter de US$20 que seja produzido de forma mais ética.

Aí surge a questão: o consumo é uma nova forma de cidadania ou é um sinal de como a cidadania está desgastada? Os defensores do consumo consciente acreditam que esta forma de expressão de sua vontade é mais eficiente até do que o voto, afinal compramos todos os dias e votamos com uma frequência infinitamente menor - assim, sua carteira e suas escolhas diárias são suas grande armas.

Mas, claro, como tudo, o consumo ético também atrai críticos! Alguns afirmam que a politização do consumo distorce os preços e impõem condições arbitrárias aos produtores - como, insistir que agricultores pobres matriculem seus filhos na escola (não acho que isso seja arbitrário! Criança tem que estar na escola mesmo. Não consigo tratar deste assunto com sutileza, nem considerar a vontade dos pais!)

Em 2009, uma campanha de marketing chamada RED, anunciava que a compra de Ipods e outros produtos ajudava a financiar o combate do HIV na África. Mais uma vez alguns acadêmicos condenaram a iniciativa por julgarem que este modelo de transferência de recursos substitui os programas de saúde financiados pelos impostos por um sistema de caridade voltado para o consumo. Cidadania de consumo como também é chamado, de forma pejorativa, o consumo consciente, permite que o Estado fuja de suas responsabilidades, acreditam seus detratores. Será? Será que uma coisa inviabiliza a outra? Será que não dá para promover campanhas de ajuda, mas ainda assim pressionar os governos para que façam a sua parte?

É isso!

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