2010-02-07

Ir para a escola é muito chato!


Tenho que confessar uma coisa: eu sempre achei muito chato ir à escola! Sei que é uma coisa horrível de se dizer, mas é a pura verdade! Isso não significa que seja contra os estudos, que não tenha terminado o colégio ou que não goste de aprender - muito pelo contrário, sempre li muito e fui atrás da informação que precisava. Sou auto didata, leio e aprendo sozinha - o que não suporto é a sala de aula. Claro que adorava a função social da escola, isto é, os amigos, as festas, as viagens... mas só isso. A explicação para minha aversão ao quadro negro é justamente o método usado até hoje para ensinar: uma sala de aula, crianças sentadas em suas mesas, uma lousa (ou quadro mágico, ou qualquer tecnologia mais moderna, mas que segue o mesmo princípio) e um professor lá na frente falando, falando, falando...ZZZZZZ até que vai dando um sono! Mesmo aqueles professores mais moderninhos, que transformam a matéria em letra de música e martelam as palavras dentro de uma melodia qualquer, mesmo esses, adotam a metodologia tradicional - a mesma que minha mãe encontrava quando era criança e frequentava uma sala de aula.

Será que não há alguma coisa errada? Se esta forma de ensinar já era aborrecidíssima quando eu ia para a escola, imagine para as crianças de hoje. Com tanto estímulo competindo por sua atenção - internet, TV, telefone, SMS, orkut, Twitter, IPod, cinema, video games (que são incríveis, viciantes, uma delícia) realmente é muita falta de visão achar que meninos e meninas vão encontrar algum prazer em sentar numa sala de aula por 6 horas seguidas ouvindo um professor falar, exigindo atenção e silêncio. Meu filho Pedro sempre foi muito talentoso no aprendizado de idiomas, mas sua fluência realmente deslanchou quando passou a assistir às séries americanas nos canais a cabo. Lá ele aprende expressões que não são ensinadas na escola e, mais importante, aprende de maneira divertida, sem perceber e quando quer (ele grava tudo para assistir no horário que for mais conveniente, ou seja, o Pedro decide quando e o que!). Claro que não estou sugerindo que se tome estes exemplos ao pé da letra, mas algo precisa ser feito se queremos resgatar nos pequenos (e nem tão pequenos assim) o prazer de aprender. As crianças estão acostumadas a interagir - todas as ferramentas que citei acima despertam o interesse da garotada porque permitem a participação delas. Não são ferramentas passivas - as crianças usam e decidem como usar.

Bom, a inspiração para o desabafo dos parágrafos acima vem da coluna do Gilberto Dimenstein que li neste domingo na Folha de São Paulo. Com sua visão moderna e sem preconceitos, ele nos informa sobre o curso criado pela USP: "curso de educomunicação - o que, em poucas palavras, mostra como usar os meios de comunicação na aprendizagem". Vejam alguns exemplos relacionados pelo jornalista de iniciativas criativas para manter os alunos interessados:


Jacaré FM: quem comanda a rádio (locutores, pauteiros, editores) tem no máximo 6 e no minimo 4 anos! É uma rádio veiculada apenas na Internet, mas que tem audiência cativa - são ouvidos, semanalmente pelos professores e por seus colegas de classe (em sala de aula de uma escola municipal de São Paulo). A motivação da criançada para aprender a falar e a escrever português é muito maior porque eles não podem errar quando falam na rádio! Para quem se interessar, aí vai o endereço dos meninos: http://radiojacarefm.spaces.live.com/

Outro exemplo de educomunicação listado pelo Dimenstein é o da menina Maria Eugenia Geve, 14 anos, que criou uma comunidade no orkut em que jovens escrevem romances! Achei o máximo, afinal, é o ambiente onde eles se encontram, se sentem a vontade e conhecem todos os recursos facilitadores desta tarefa.

Por fim, Gilberto Dimenstein divulga um dado que reforça a importância do educomunicador: segundo a Kaiser Family Foundation um jovem americano é submetido diariamente a 11 horas de conteúdo de entretenimento (há que se aproveitar este tempo com eles, né?)

É isso, gente.
E amanhã tem mais...


6 comentários:

  1. Os alunos so' precisam ser motivados e ensinados a achar a informacao. Eles querem agir, ir atras, e nao ficar passivamente ouvindo o professor falar. Alem disso, pra' que tanta informacao inutil como data da 1a missa ou afluentes do rio amazonas? Cultura geral se adquire lendo, viajando ou mesmo pela internet. E o que dizer de ensinar extrair raiz quadrada? Na vida real eles jamais farao isso sem calculadora.
    Melhor seria usar 20% da aula apresentando um assunto e deixar entao que os alunos o desenvolvam usando todos os recursos tecnologicos disponiveis, sendo o professor apenas um orientador e nao o dono da palavra.
    O mundo mudou mas a nossa sala de aula parou no tempo.

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  2. Concordo plenamente! Ir atrás da informação: aí está a graça de aprender. Este processo desperta a curiosidade e faz com que vc retenha aquilo que leu, além de desenvolver uma notável capacidade analítica.

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  3. O problema é que eles não querem nenhuma informação relevante, eles não querem aprender a ler, a ampliar seu vocabulário, a buscar algo que amplie seus diminutos horizontes, simplesmente porque não acham necessário, acreditam que seus parcos e inúteis conhecimentos de funk, novelas e moda são suficientes para a vida.

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  4. O problema é que eles não querem nenhuma informação relevante, eles não querem aprender a ler, a ampliar seu vocabulário, a buscar algo que amplie seus diminutos horizontes, simplesmente porque não acham necessário, acreditam que seus parcos e inúteis conhecimentos de funk, novelas e moda são suficientes para a vida.

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  5. O problema é que eles não querem nenhuma informação relevante, eles não querem aprender a ler, a ampliar seu vocabulário, a buscar algo que amplie seus diminutos horizontes, simplesmente porque não acham necessário, acreditam que seus parcos e inúteis conhecimentos de funk, novelas e moda são suficientes para a vida.

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  6. um sistema educacional unificado, aumentar o tempo da 1 e 2 série para duas horas a mais; media 7, acabar com a progressão continuada desde,o primeiro ano.por atividades que trabalham o raciocínio lógico etc.

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