2010-01-27

Big Brother



Gente, não sei o que vocês pensam a respeito, mas eu adoro!! Sei que é meio constrangedor admitir, mas não vou mentir - gosto mesmo. Para mim, o Big Brother segue uma teoria que tenho sobre determinados programas de TV: é tão ruim, tão ruim, que acaba sendo bom. Nesta categoria incluem-se o cantor Falcão, alguns sertanejos (quem não se lembra do refrão grudento "pensa em mim, chore por mim, liga pra mim...?), o programa Pânico na TV, novelas em geral, e outros. Coisas que não são para ser levadas a sério, mas que funcionam como "escapismo" - aquele tipo de programa que até o seu cachorro consegue entender e que não exige nenhuma concentração. Porque, francamente, depois de um dia cheio, eu preciso de algumas horas na frente da TV, sem pensar em nada (assistir à novela e ao BBB cumprem bem o papel de "não ter que pensar").

Agora que já listei minhas desculpas para assistir a este reality show, vamos ao tema deste post: por que será que gostamos (a maioria de nós pelo menos) do Big Brother? Sim, porque claro que gostamos, afinal esta é a 10ª edição do programa e os índices de audiência, se não são os mesmos do primeiro ano, ainda são atraentes o suficiente para a Rede Globo insistir no formato e suas concorrentes lançarem suas próprias versões: a Record com o pouquíssimo inspirado "A Fazenda", o SBT com sua "Casa dos Artistas" e o atual (medonho) "Solitários" (aposto que muitos de vocês nem ouviram falar deste último). Isso, sem falar nos canais pagos que exibem todo o tipo de reality show temático: Project Runway, Brazil's Next Top Model, Super Chef, A Escola de Jamie Oliver, Stylista, The Apprentice e mais uma série de competições. Do ponto de vista das emissoras, é fácil entender a insistência: os programas são baratos, a audiência, OK, e há o benefício extra de não precisar lidar com estrelas dando chiliques. Mas e nós, o que será que nos atrai?

Eu acho que é aquele mesmo tipo de curiosidade mórbida que acomete os motoristas quando há um acidente na estrada e todo mundo passa devagarzinho para ver o que aconteceu. Da mesma maneira, nós gostamos de bisbilhotar a vida dos outros - em outras palavras, somos grandes fofoqueiros! No caso do BBB então, em que não há tragédias envolvidas, aí a gente assiste sem culpa (com vergonha de admitir, mas sem peso na consciência)!

Este fenômeno não é novo, afinal não é de hoje que as bancas de jornal estão apinhadas de revistas que tratam da vida de celebridades - mesmo quem não compra sempre se delicia com elas na sala de espera de médicos e dentistas ou no salão de beleza. Não há quem não as leia. E não nos esqueçamos do Orkut, Twitter, Facebook, You Tube...todos são espaços que utilizamos para mostrar quem somos ou para olhar a vida de outras pessoas.

E do que é composto um Big Brother? Basicamente de personagens (mais ou menos) bonitos, "frases ralas, ideias idem, peitos, bundas, bíceps, tórax". Gente com aquela falta de inibição que damos graças a Deus por não ter (mas ficamos igualmente felizes pelos participantes demonstrarem que tem). Freud reconhece o sexo e a violência como paixões humanas e os reality shows (especialmente o Big Brother, qualquer que seja a nacionalidade) são a prova de que ele estava certo). A gente é meio maluco e adora! Quando os participantes são pegos em uma mentira, a gente dá uma risadinha nervosa. Quando eles ficam constrangidos (fato raro), a gente gosta. Quando eles são eliminados, a gente sofre junto ou, pelo contrário, vibra!

Resumindo, o BBB permite que a gente seja, por 40 minutos por dia, um simples espectador da vida alheia - ficamos sentados, na posição confortável (literalmente) de quem a tudo assiste e julga, sem nos preocupar com as consequências e sem ter que fazer nada. E, se algum participante fizer alguma coisa que nos desagrade...a gente elimina!! Enfim, uma delícia!

E, para terminar, copio aqui um trecho da coluna do José Simão de terça-feira, 26/01, em que ele relata, segundo suas próprias palavras, uma das "antices" proferidas durante um diálogo entre os participantes do BBB nesses últimos dias:
- "eu acho engraçado este nome, PINACOTECA"
- "O que é PINACOTECA?"
- "PINACOTECA é uma coleção de livros"

É isso gente, divirtam-se sem culpa.
E amanhã tem mais.

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