2009-12-21

Nós contribuintes e consumidores!



Adoro o Natal!

Gosto de tudo – das luzes, do clima frenético (na verdade deveríamos estar zen e contemplativos, mas não é assim!), gosto de comprar presentes, de imaginar o que vamos comer na ceia, de decorar minha casa com muito pisca-pisca e de montar minha árvore linda! E o que falar da cidade e sua decoração natalina? Um encanto...


Pois bem, seguindo este clima, embarquei na quinta-feira passada (17/12) num “tour natalino” com meus pais, alguns amigos e o Dudu, meu filho de 7 anos. A idéia era visitar os faiscantes pontos da cidade nesta época – av. Paulista, rua Normandia, o centro da cidade, o colégio Arquidiocesano, enfim todas aquelas atrações natalinas que são feitas com tanto capricho! Assim, alugamos um microônibus e às 19h30 partimos rumo à terra de Santa Claus!


Queria poder contar aqui que o passeio foi incrível, que vimos tudo o que queríamos e que a cidade está maravilhosa, mas isso seria apenas uma meia verdade. Qual a parte verdadeira desta história? Pois bem, o passeio foi bem legal mesmo porque as pessoas presentes eram muito divertidas! A cidade está sim mais bonita, no entanto, continua sendo São Paulo, com todos os seus problemas (que fazem com que o mais persistente cidadão desista de seu passeio).



Começamos a viagem indo ao Ibirapuera para assistir ao show de luzes e águas dançantes que a prefeitura oferece a nós paulistanos e turistas. Acontece que chovia, acontece que eram 19h30, acontece que o trânsito era trânsito de São Paulo, das 19h30, com chuva, às vésperas do Natal...Não precisa dizer mais nada né? Chegamos às margens do lago do parque às 20h15, debaixo de chuva forte. Nosso ônibus parou rapidamente para que a gente pudesse desembarcar e seguiu para os tais “bolsões” onde era permitido estacionar. Nós seguimos a pé, em meio a um mar de chuva, lama e guarda-chuvas até o ponto em que aconteceria o show. Chegamos lá já bastante molhados e constatamos que não havia um lugar apropriado para ficar e apreciar as luzes dançantes adequadamente. As pessoas tinham que pular as pequenas plantas do canteiro e pisar no gramado lamacento, todas se acotovelando, tentanto achar um lugar menos deslizante e com alguma visão do local. Conseguimos um lugar ao sol (ou melhor, um lugar na chuva) com uma visão lateral do espetáculo. E chovia, e ventava, e mesmo sendo o mês de dezembro estávamos todos tremendo de frio e ensopados, aguardando o tão propagado show de luzes e águas. Ainda faltavem 15 minutos para o início e meu filho já estava com os lábios roxos. A chuva tinha começado a cair inclemente e o vento fazia com que ela nos atingisse de frente, deixando nossos rostos molhados ( os óculos, que não têm limpadores de para-brisas ficavam todos respingados, trazendo uma complicação a mais). A multidão perguntava a toda hora "que horas são?" "quanto falta para começar?" - todo mundo grudado um no outro, guardachuvas unidos formando um toldo cheio de goteiras. Finalmente começa o anúncio dos patrocinadores e dá-se início a uma sucessão de músicas, luzes e jatos d'água. Tudo muito bonito mesmo, sendo minha parte preferida as luzes das árvores do parque que foram acesas e criaram um novo "skyline" do Ibirapuera. Lindo! Lindo, mas sem nenhuma estrutura para receber o público - nada, nada, mesmo que não chovesse. Tudo um improviso, o que faz com que boa parte do espetáculo e do passeio seja perdido - a falta de um mínimo de conforto põe tudo a perder.



Bom, saímos de lá, ávidos por entrar no ônibus e continuar nossa jornada, agora quentinhos e secos (e já com uma fominha querendo despertar em nossos estômagos...)

Próxima parada: colégio Arquidiocesano - lindo, lindo, lindo! Muitas luzes, muitos enfeites, o prédio transpira Natal (não saimos do ônibus)! Veja abaixo:



A estas alturas, já eram 21h30, porque demoramos 30 minutos para chegar lá - novamente a chuva e o trânsito, sempre ele, este vilão que nos obriga a rever todos os nossos planos!

Depois do colégio, toca para a av. Paulista - queríamos fazer o roteiro dos economistas e empresários e conferir a decoração de Natal de bancos e da Fiesp. Fomos e não nos arrependemos, tudo muito especial, brilhante, colorido e caprichado. Na realidade, um mais bonito do que o outro!



Por fim, depois de 3 horas, sendo boa parte destas horas dentro de um ônibus parado, impedido de prosseguir devido ao excesso de carros, desistimos de fazer o circuito completo, que nos levaria até o centro da cidade - o caos reinava nas ruas de São Paulo!

Rumamos então de volta ao Brooklin, nosso ponto de partida e encerramos a noite (que apesar de tudo foi muito gostosa) confortando nossas almas com várias pizzas bem quentinhas.



Finalmente, queria justificar esta narrativa dizendo que é uma pena que uma cidade como a nossa que, reconheço, muitas vezes se esforça para nos oferecer atrações de boa qualidade, por outro lado não se preocupa com o outro aspecto do passeio - a infra-estrutura. Para podermos aproveitar o que a cidade tem para mostrar, é preciso que a gente seja tratado com respeito, que o trânsito melhore (muito, muito), que uma chuva (que não foi uma tempestade) não seja suficiente para arruinar nossas ruas e que os órgãos competentes entendam que São Paulo é uma cidade gigante e sedenta por cultura e entretenimento, assim qualquer coisa que apareça por aqui lota! Sim, é preciso prever que muitas pessoas vão comparecer e que a multidão vem de carro, de ôninus, a pé, de táxi, e que todo mundo tem que ser bem recebido, senão não volta no ano que vem!

É isso. E amanhã tem mais!

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PS - Querida Olívia, na sexta-feira tive que sair cedinho de casa e só voltei no final da tarde, por isso o blog foi autualizado depois das 18h. Adorei saber que vc está viciada em ler estes textos pela manhã e que estranhou a falta de histórias novas! Prometo ser mais disciplinada com o horário,ok? Bj, Claudia

3 comentários:

  1. Oi!
    Sou a Ma Auxiliadora, irmã da Olivia, tb adoro ler suas histórias. Concordo com vc sobre as atrações de Natal e a falta de infra-estrutura. No entanto, me deixa feliz ver que o paulistano sai às ruas, sem medo, querendo festa, querendo novidade, cultura, e a maioria das vezes ... feliz! Pensando bem, não tínhamos isso há algum tempo atrás. Só ouvíamos falar de multidões e aglomerações na Bahia e no Rio. Agora estão conseguindo tirar o paulistano de casa . Um beijo. Continue escrevendo!!!!

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  2. Oi Auxiliadora,

    Que bom ter você como leitora também! Para mim é um enorme prazer escrever estas histórias diariamente.

    Realmente a cidade fica incrível durante o Natal, mesmo com todas as suas mazelas. As pessoas também acho que ficam tomadas por um boa vontade e tudo fica mais bonito...

    Um beijo grande e Feliz Natal pra você!

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  3. oi, Cludia.
    Vc tem toda razão. Infraestrutura, é ter o mínimo de respeito pelos convidados para a festa.
    Fiz este passeio no ano passado com meu marido. Não chovia muito, apenas uma garoinha que aparecia de vez em quando e um ventinho frio para o mês de dezembro. Entretanto nosso aproveitamento do passeio foi pequeno, paramos apenas no Parque Ibirapuera, por falta sabe do quê? estacionamento. Não havia como parar na Paulista , nem na rua Domingo de Moraesou adjacências. Como homem não tem paciência, voltamos para casa com uma visão rápida da luzes que estavam lindas, e do trãnsito que não fluía pq todos andavam devagar, para do carro ver o espetáculo, pq estacionar era impossível

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